A elevada defasagem entre os preços internos dos combustíveis e as cotações internacionais elevou a pressão do setor por reajustes da Petrobras, principalmente no caso do diesel, que se descolou das cotações internacionais do petróleo nas últimas semanas. Distribuidoras e importadores alertam para o risco de restrições no abastecimento em regiões que têm maior dependência de importações, como o Nordeste. Para os postos, está havendo um “racionamento seletivo” na oferta dos produtos. Segundo dados da Abicom, nesta quinta-feira (05) o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras estava R$ 1,59 abaixo da paridade de importação, conceito que simula quanto custaria trazer o produto dos Estados Unidos.
Na gasolina, a defasagem é menor, de R$ 0,80 por litro. Ainda assim, é o maior valor desde o dia 10 de março, um dia antes dos mega-aumentos promovidos pela Petrobras para acompanhar a alta do petróleo após o início da Guerra da Ucrânia. Nos 56 dias após os últimos reajustes, a defasagem no preço do diesel subiu R$ 1,34 por litro. Na gasolina, a alta acumulada é de R$ 0,49 por litro. Segundo a entidade, há hoje defasagem em todos os polos de importação de combustíveis no país. A Petrobras diz que não repassa imediatamente ao consumidor as volatilidades do mercado internacional, mas o longo período de defasagens preocupa o mercado, já que parte da demanda de gasolina e diesel no país é atendida por produtos importados.
Fonte: Folha de S.Paulo