O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta 2ª feira (5.jun.2023) que a política de preços da Petrobras sobre o gás natural é predatória com a justiça social no país. Segundo ele, a estatal utiliza uma estratégia puramente comercial em relação à reinjeção do gás nos poços produtores e retira da população a possibilidade de um produto mais acessível. Silveira também defendeu o programa “Gás para Empregar” como uma forma de reparar essas distorções.
“Nós precisamos equilibrar desenvolvimento econômico com meio ambiente e o Gás para Empregar é uma política imprescindível, é uma política pública. Nós temos uma política e, eu volto a dizer, comercial, predatória à justiça social do país, que é a política de reinjeção do gás por parte das petroleiras que exploram petróleo na costa brasileira”, afirmou.
Silveira defendeu que o país já tem condições de baratear o produto, mesmo que a infraestrutura brasileira ainda não esteja tão desenvolvida. De acordo com o ministro, a ampliação da cadeia do gás é importante, mas não tem uma relação direta com o preço no contexto atual.
“Os estudos que o ministério tem demonstram claramente que quem, na minha opinião, deve priorizar essa política de diminuição de preço do gás natural é a Petrobras. Independente da política de médio prazo, que é aumentar a oferta para diminuir preço e gerar mais competitividade, eu acho que já é possível a gente sentar na mesa e discutir que o gás tenha um preço mais razoável no Brasil. Acho que o preço do gás hoje é predatório”, disse Silveira.
Ele explicou que o gás natural é uma das prioridades do Ministério de Minas e Energia, mas destacou que é mediante um diálogo com a Petrobras que pode ser feito um corte rápido no preço do insumo. O ministro deu como exemplo de política equivocada o preço praticado pela estatal na entrega do gás aos transportadores.
“É inadmissível que a Petrobras cobre na PPSA [Pré-Sal Petróleo S.A] perto de US$ 3 por milhão de btu (unidade térmica britânica, em inglês) e venda no city gate [conjunto de equipamentos que representa a fase de entrega do gás natural do transportador à concessionária que faz a distribuição] a US$ 14 o milhão de btu”, explicou o ministro.
Fonte: Poder 360
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