Os preços do petróleo fecharam em alta nesta terça (01), em dia bastante volátil em meio a um ataque de mísseis do Irã a Israel, mas longe das máximas registradas durante o pregão. As cotações perderam um pouco de força depois que o ataque foi encerrado sem informações de danos significativos. No fechamento, o contrato futuro do Brent, a referência mundial, para dezembro subiu 2,6%, a US$ 73,56 por barril, enquanto o petróleo WTI, referência americana, para novembro avançou 2,43%, a US$ 69,83 o barril. Durante o pregão, as cotações chegaram a subir mais de 5%. James Reilly, economista-sênior de mercados da Capital Economics, lembra que uma questão fundamental é o tamanho do conflito e se causará danos significativos, principalmente em áreas civis. “Uma grande escalada do Irã corre o risco de levar os EUA à guerra, o que Teerã tentará evitar”, disse.
Em qualquer caso, segundo ele, o impacto nos preços do petróleo continuará sendo o principal canal de transmissão para a economia global. “O Irã responde por cerca de 4% da produção global de petróleo, mas uma consideração importante será se a Arábia Saudita aumentará a produção se a oferta do Irã for interrompida”, afirma Reilly. O economista pondera que um aumento de 5% nos preços do petróleo adiciona cerca de 0,1% à inflação em economias avançadas. “Achamos que seria necessário um aumento muito maior (e sustentado) nos preços do petróleo para ter influência na política dos bancos centrais”, disse. Segundo a consultoria Ritterbusch e Associados, o preço do WTI pode subir a US$ 75 por barril se a oferta disponível de petróleo do Irã for reduzida, embora o cenário de longo prazo seja de queda de preços.
Fonte: Valor Online