O fim da política de Paridade de Preço de Importação (PPI) da Petrobras, que ajustava os preços internos da gasolina aos praticados no mercado internacional, tem como uma das consequências a limitação do potencial de alta do etanol, de acordo com que explica Lívea Coda, analista de açúcar e etanol da Hedgpoint. Entretanto, o cenário atual do setor sucroenergético tem mantido os preços do biocombustível em um nível mais baixista, o que limita os impactos da nova medida. “Como o etanol segue as flutuações de sua concorrente nas bombas, aumentos no preço da gasolina em resposta ao mercado internacional tornavam o combustível renovável mais competitivo, impulsionando seus preços conforme a demanda aumentava. Com a mudança na política, essa dinâmica foi interrompida”, destaca a analista.
Conforme explicação de Beatriz Pupo, Líder de Análise Quantitativa, S&P Global Commodity Insights, no Brasil, os consumidores com veículos flex podem abastecer seus tanques com etanol hidratado (E100) ou gasolina C – que contém uma taxa de mistura de 27% de etanol anidro. Como regra geral, o hidratado precisa ter um preço de 70% ou menos que a gasolina por causa de seu conteúdo energético. Com o cenário atual do setor sucroenergético, de acordo com Lívea Coda, em grande parte dos estados, a paridade de preços nas bombas segue abaixo da equivalência energética. Porém, avaliando apenas a correlação entre o hidratado B3 e o WTI, um dos principais benchmarks do petróleo, a correlação do período entre 16 de maio de 2020 até 31 de outubro de 2024 é de 62%. “Se olharmos apenas para o período de vigência da PPI, entre 16 de maio de 2020 e 16 de maio de 2023, essa correlação era de 76% enquanto do fim da PPI, 17 de maio de 2023, até 31 de outubro de 2024, foi -15% (valores aproximados). Assim, fica evidente o descolamento dos preços”, observa a analista da Hedgepoint.
Fonte: Notícias Agrícolas
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