As tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação aos produtos chineses poderão provocar uma redução das importações de GNL da China ao país norte-americano. No começo deste mês, a China, em retaliação, taxou o GNL dos EUA em 15%. A previsão da Rystad Energy, divulgada na segunda (17), destaca que este movimento não causará impactos imediatos nos preços, mas poderá modificar os fluxos comerciais a longo prazo, com perspectivas aos fornecedores da Austrália e Catar, por exemplo. No cenário da China, o sucesso das medidas econômicas tomadas pelo governo para aumentar a demanda poderá ser compensado por uma provável guerra comercial com os EUA. Em 2019, no primeiro mandato de Trump, o setor manufatureiro da China foi afetado. Em relação a estas medidas econômicas, a Rystad explica que “a fraca atividade industrial limitou o crescimento no ano passado, mas as condições podem melhorar, já que as medidas de estímulo do governo podem ter um efeito maior neste ano, em uma tentativa de apoiar a demanda doméstica e impulsionar o mercado imobiliário”. A expectativa é que a China importe mais de 83 megatoneladas (Mt) em 2025, maior que o recorde anterior de 2021. Essa é uma das previsões que a consultoria espera ao longo do ano. Outra previsão esperada é que Trump mantenha as sanções sob o GNL da Rússia.
Atualmente, as sanções proíbem 5,5 milhões de toneladas por ano (Mtpa), cerca de 2,2 Mtpa das instalações Vysotsk LNG e Portovaya LNG e 3,3 Mtpa do primeiro trem da principal planta russa Arctic LNG 2. O início do segundo mandato trouxe a Donald Trump duas escolhas: aliviar as sanções à Rússia ou estendê-las para Yamal LNG e Sakhalin 2 – as instalações detém 17,4 Mtpa e 9,6 Mtpa. No entanto, a restrição a essas duas instalações poderá aumentar as preocupações sobre a segurança do fornecimento para o Japão e a União Europeia, aliados dos EUA. “A menos que as sanções dos EUA se tornem uma moeda de troca para negociações de paz com a Rússia, Trump pode adiar o endurecimento das sanções até que a próxima onda de adições de capacidade da América do Norte e do Catar chegue ao mercado”, apontou a Rystad Energy na análise. A consultoria também espera que os EUA promovam exportações de GNL por outras maneiras, além de utilizar ameaças tarifárias. Ainda sobre os EUA, a Rystad prevê 10 projetos pré decisão final de investimento (FID) no país e no México como mais prováveis. Estes têm expectativa de entrar em operação na próxima década, com possibilidade de equilibrar os mercados globais. Sem a provável capacidade estimada de GNL adicional dos EUA (de 53 Mtpa a 85 Mtpa), os mercados globais podem enfrentar um déficit de oferta a partir de 2033. A demanda global tem previsão de crescimento contínuo nos próximos 15 anos, com o pico em 2039 (mais de 700 Mtpa).
Fonte: PetróleoHoje
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