A petroquímica Braskem tem avaliado as opções para contornar a pressão sofrida pelo setor petroquímico global, com a inundação de exportações dos Estados Unidos e da China. Roberto Ramos, presidente da Braskem, disse que uma das alternativas é importar gás dos Estados Unidos para o Brasil a preços mais competitivos. “Conseguimos do governo brasileiro a imposição de tarifas de importação [de polietileno e polipropileno]. Agora esperamos que essas tarifas se mantenham com o tempo. Isso nos dá uma proteção. Mas precisamos reduzir nossa dependência do nafta, temos que passar a produzir mais com gás natural”, afirmou Ramos. Ao participar de inauguração da Idesa de um terminal de importação de etano em Coatzacoalcos, cidade no Golfo do México, Ramos disse a jornalistas que o gás brasileiro não tem atendido à demanda das unidades da companhia e, por isso, a empresa busca alternativas: “Vamos importar mais gás dos Estados Unidos [para o Brasil], assim como estamos fazendo para cá [no México].” O plano, segundo Ramos, complementa o projeto de aumento do fornecimento de etano à no Rio, pela Refinaria Duque de Caxias (Reduc), previsto para ser ampliado em 2027. A Idesa, braço mexicano da petroquímica, inaugurou nesta quarta (07) um terminal para importar etano dos Estados Unidos que irá abastecer a fábrica de polietileno da companhia no país. A matéria-prima será levada por navios próprios da de Houston até a costa sudeste mexicana. A Idesa é composta por 75% de participação da brasileira e 25% da Idesa, petroquímica mexicana controlada por uma das companhias do bilionário Carlos Slim.
Sobre o novo empreendimento no México, Roberto Ramos disse que é um marco na história da companhia: “Nunca conseguimos receber a quantidade de gás que contratamos, por várias razões. Entre as quais o fato de que a produção de petróleo declinou no México mais do que o previsto, e o gás aqui é associado, sai junto com o petróleo. Nunca conseguimos encher nossas plantas. O terminal nos dá liberdade e independência”. A presidente da Braskem Idesa, Isabel Figueiredo, havia dito no dia anterior sobre a importância do terminal para a companhia, especialmente pelo momento de pressão no setor e pela falta de suprimentos da estatal mexicana Pemex. A executiva afirmou que a Pemex, que deveria fornecer 100% do etano necessário para a fábrica de polietileno da Braskem no México, inaugurada em 2016, estava entregando menos de 60% da matéria-prima. A dificuldade levou a fábrica da Braskem Idesa a operar com cerca de 80% da capacidade, com situações em que precisou suspender as operações por períodos determinados pela falta da matéria-prima. A produção da Braskem Idesa tem como destino principal o próprio México, com 60%. Os outros 40% são exportados, com destaque para América Central e Norte da América do Sul. Segundo Figueiredo, a Braskem Idesa tem 20% de participação no mercado de polietileno no México.
Fonte: Valor Online
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