A Petrobras espera que a nova plataforma P-91, em Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, tenha capacidade para exportar entre 6 milhões e 7 milhões de m³/dia para a costa, disse o gerente executivo de Programas Estruturantes, Wagner Victer. A estatal lançou este mês a contratação da nova plataforma, que deve funcionar como um hub para exportação do gás produzido em Búzios, inclusive pelas outras plataformas do campo que não foram originalmente desenhadas para isso. A unidade terá capacidade para produzir 180 mil barris/dia de petróleo e 12 milhões de m³/dia de gás – mas parte dos volumes será reinjetada ou tratada na unidade. Segundo Victer, o projeto foi concebido para aproveitar a “folga” da capacidade existente no gasoduto Rota 3, sem necessidade de investimentos adicionais no sistema de escoamento e processamento – o que deve ajudar a “turbinar o projeto”. “A grande sacada é que vai produzir no limite e caber dentro do espaço do Rota 3… Não precisa fazer UPGN [unidade de processamento] em terra nem gasoduto. É a grande sacada do projeto”, afirmou. Victer disse que o projeto já vinha sendo amadurecido pela Petrobras antes mesmo do decreto 12.153/2024, que reforçou o controle da ANP sobre a reinjeção de gás.
Modelo BOT
Ele reconheceu, no entanto, que a prorrogação traz externalidades positivas inegáveis para novos investimentos e muda o “comportamental” das operadoras dos ativos. O CNPE aprovou este mês uma alteração na Lei de Partilha, que vai permitir a renovação desses contratos por mais 27 anos. “[Sem a extensão], a solução seria a descontinuidade [a longo prazo]. As próprias empresas iam parar de fazer investimento. Com mais tempo, começam a investir mais cedo para extensão da vida útil da unidade”. A Petrobras deu início, este mês, à contratação da construção do FPSO Búzios 12 (a P-91). O gás escoado será direcionado ao Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ). A P-91 será interligada a 16 poços, sendo oito produtores e oito injetores alternados de água e gás. O campo é operado pela Petrobras (88,89%), em parceria com as chinesas CNPC (3,67%) e CNOOC (7,34%). Para essa contratação, a estatal adotará o modelo BOT (Build-Operate-Transfer), no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um período inicial definido em contrato. Posteriormente a operação será transferida para a Petrobras. As empresas interessadas em participar do processo de contratação de Búzios 12 terão o prazo de 180 dias para submeterem suas propostas. O percentual mínimo de conteúdo local é de 25%.
Fonte: Eixos
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