Estudo da consultoria Strategy/PWC, realizado para a Abegás, aponta que o estímulo à competitividade do gás natural poderia destravar um consumo potencial superior a 200 milhões de m3/dia – apenas como parâmetro, a média de consumo no Pais, entre janeiro e novembro de 2017, foi de 65 milhões de m3/dia.
De fato, as perspectivas apontam para um aumento progressivo da oferta de gás natural até 2030 – em parte, pela prospecção do gás associado no pós e no pré-sal, nos próximos anos. A produção nacional poderá atingir entre 94,8 e 108,8 milhões de m3/dia, de acordo com o mesmo estudo da Strategy&PWC
Em paralelo, a importação de gás da Bolívia pode adicionar cerca de 20 a 30 milhões de m3/dia e a importação de Gás Natural Liquefeito (GNL) pode viabilizar mais 41 a 55 milhões de m3/dia. Ou seja, a produção interna e a importação, em condições competitivas, têm potencial para elevar a oferta em 2030 de 171 a 214 milhões de m3/dia – o equivalente a aproximadamente duas vezes e meia a demanda atual.
Todo esse cenário mostra que o gás natural pode ser uma fonte de energia estratégica na rota de crescimento econômico no País. Diante dessas perspectivas, é preciso viabilizar a criação de uma demanda capaz de absorver o insumo. Para criar condições que atraiam investimentos e aumentem a competitividade do gás natural, o setor precisa de adequações regulatórias e instrumentos infralegais que estimulem novos ofertantes de gás natural em um contexto em transição de um mercado monopolista – ainda com grande participação da Petrobras em toda a cadeia do setor (produção, importação e comercialização), o que limita a competição da oferta e restringe os investimentos na oferta de gás -, para a nova configuração que o mercado deverá assumir com a venda de ativos notadamente monopolistas da Petrobras.
A Abegás defende a formação de um ambiente de negócios capaz de aumentar a concorrência, favorecendo os investimentos e integrando todos os elos da cadeia da exploração e produção ao escoamento e tratamento da produção, incluindo o transporte e a distribuição. As distribuidoras, independentemente do cenário, continuam fazendo investimentos em expansão das redes de distribuição. Mesmo em cenário de forte retração na economia do País, as concessionárias adicionaram, nos últimos dois anos, mais de 400 mil novos clientes à sua base.
Hoje os benefícios do gás natural chegam a mais de 3,2 milhões de clientes. A universalização do serviço é possível. Basta que o novo marco regulatório do setor adote medidas adequadas, emitindo um sinal positivo para atrair investimentos que permitirão levar as vantagens do gás natural a um número cada vez maior de pessoas e de empreendimentos, gerando emprego e renda.
Fonte: Full Energy / Augusto Salomon
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