O forte aumento de preço do gás de botijão aos consumidores e o orçamento ainda apertado levaram 1,2 milhão de lares brasileiros a passar a usar lenha ou carvão para cozinhar, mostram estatísticas de uma pesquisa domiciliar divulgada pelo IBGE.
O uso de lenha ou carvão para cozinhar cresceu 11% em 2017, chegando a 12,3 milhões de domicílios, de acordo com suplemento especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Continua (Pnad Continua).
Esse avanço foi especialmente mais acelerado no Norte do país. Na região, o aumento foi de 16%, chegando a 1,71 milhão de domicílios. No Sudeste, a região mais rica do país, o uso de lenha ou carvão também subiu significativamente: 13%, para 2,07 milhões, conforme os dados da pesquisa do IBGE.
Em meados do ano passado, a Petrobras iniciou uma nova política de reajuste de preços do gás em suas refinarias. O insumo passou a acompanhar o mercado internacional e com reajustes mensais. Na ponta, isso provocou um aumento de 16% do preço do gás de botijão ao consumidor.
Apesar do aumento de outras fontes, o uso de gás de botijão ou canalizado para cozinhar ficou estável, usado em 68,6 milhões de domicílios, alta de 0,8% frente ao ano anterior. Na prática, acompanhou o crescimento de 1% do número de domicílios no país. Outras combustíveis, porém, ganharam terreno.
O número de lares que declarou usar energia elétrica para preparar os alimentos, por sua vez, cresceu 23% no ano passado, de 22,1 milhões em 2016 para 27,3 milhões para 2017. Neste caso, tratam-se, por exemplo, de aparelhos de micro-ondas e fornos elétricos.
O IBGE também identificou que uma parcela pequena, de 28 mil domicílios, usava outros tipos de combustíveis para cozinhar. Seria o caso, por exemplo, do etanol vendido em postos de combustíveis. Apesar da quantidade ínfima identificada na pesquisa, o uso teve consequências graves. Em Recife, por exemplo, o uso do álcool aumentou o número ferimentos por queimadura.
Fonte: Valor Econômico
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