Companhia paulista vai iniciar piloto da tecnologia inédita no Brasil nas próximas semanas
A Companhia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Sabesp) está testando uma tecnologia inédita no país para substituir motores elétricos em suas estações elevatórias de água na região metropolitana de São Paulo por motores acionados a gás natural.
Em parceria com a concessionária paulista de gás, a Comgás, e uma empresa fornecedora do sistema mantida em segredo, a ideia do estudo, já entrando na escala piloto, é futuramente utilizar os motores com acionamento a gás como sistema emergencial em instalações críticas do ponto de vista de abastecimento de água, que não podem ficar muito tempo inoperantes em caso de queda no suprimento elétrico. E dessa forma substituírem geradores a diesel, que é um combustível mais caro e poluente.
Segundo a gestora de energia da região metropolitana da Sabesp, Andréia Matos, o projeto surgiu depois que a companhia passou a estreitar relações com a Comgás, que construiu gasoduto de 2,2 km de extensão para fornecer 1,2 milhão de m³/mês de gás natural para usina com 12 geradores, com capacidade de 19,5 MVA. A usina é utilizada para alimentar quatro bombas da interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê, obra realizada para combater a crise hídrica de São Paulo em 2015.
“Passamos a fazer estudos de viabilidade para usar o gás em outras áreas, mas vimos que, apesar de ser mais barato e sustentável do que o diesel, os projetos não paravam em pé por conta do alto custo dos geradores a gás”, diz Andréia. Foi aí que um engenheiro sugeriu o uso de motores acionados a gás, tecnologia apenas empregada na China na aplicação de saneamento, cujo custo e praticidade operacional são extremamente vantajosos em comparação com os geradores a gás.
Depois de estudos preliminares com os motores a gás, a Sabesp conseguiu selar parceria com uma empresa especializada, que por sua vez teve acesso à tecnologia chinesa para desenhar um projeto piloto. O local escolhido foi a pequena estação elevatória de água na Vila Alpina, em São Paulo, onde já estão três motores a gás em fase final de ajustes para entrada em operação nas próximas semanas.
Segundo a gestora, com preço menor do que o da eletricidade, o motor a gás garante redução de custo operacional de até 50% no horário de ponta e de 10% fora do horário de ponta.
A operação piloto vai gerar relatórios comparativos de medição e verificação com os motores elétricos para, no futuro, caso o teste seja realmente aprovado, ser expandido para outras instalações, inclusive com potências muito superiores, através de licitações públicas que seriam abertas no mercado. “Podemos usar os motores em combinação com outros elétricos, como contingência e/ou uso no horário de ponta, ou mesmo usá-los como única solução para a alimentação das bombas em algumas elevatórias”, conta.
Além do objetivo de segurança operacional com um insumo mais limpo e barato (nesse último caso até ao se comparar com a tarifa de energia elétrica), o objetivo do projeto é também tornar a matriz da companhia mais diversificada, completa Andréia.
Fonte: Brasil Energia Online
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