Os preços do petróleo tombaram a novas mínimas em mais de um ano na terça-feira (18), empurrados por receios de excesso de oferta em meio à falta de clareza sobre os impactos dos cortes de produção prometidos, num momento já de preocupações com a demanda por energia, diante das evidências de desaceleração do crescimento econômico global.
O mercado se ressente de sinais de aumento de produção nos Estados Unidos e na Rússia, dois dos maiores produtores do mundo.
Em Nova York, o contrato do petróleo WTI (fevereiro) fechou em queda de 7,17%, a US$ 46,60 o barril. O patamar é o mais baixo desde 30 de agosto de 2017 (US$ 45,96). Em Londres, o Brent (fevereiro) recuou 5,62%, a US$ 56,26 o barril, mínima desde 12 de outubro de 2017 (US$ 56,25). Desde a máxima alcançada no começo de outubro, o petróleo WTI já recua 39,01% e o Brent cede 34,80%.
“Há muita incerteza dos dois lados da equação para o petróleo”, diz Rob Thummel, que administra ativos de energia na Tortoise Advisors. “É como trens de carga. É difícil parar quando você está indo para uma direção”, completa.
Dados do Departamento de Energia dos EUA mostraram, na segunda (17), que a estimativa de produção de petróleo xisto americano subirá em 134 mil barris por dia a partir de dezembro, alcançando 8,17 milhões de barris por dia em janeiro.
Já a Rússia informou que sua produção diária de petróleo saltou em dezembro para um recorde de 11,42 milhões de barris.
“Parece que estão aumentando as dúvidas, no mercado, de que a Rússia cortará de fato a produção a partir de janeiro, conforme acertado com a Opep”, dizem analistas do Commerzbank em nota. “O mais provável é que leve alguns meses até que a Rússia implemente de forma integral esses cortes.”
A Opep e aliados, incluindo a Rússia, anunciaram em 7 de dezembro que reduzirão em 1,2 milhão de barris por dia a produção. Inicialmente, o acordo deu impulso às cotações do petróleo, mas fracassaram em sustentar os preços, com ceticismo sobre se o volume a ser reduzido será suficiente para reequilibrar demanda e oferta.
E, mesmo com os cortes previstos, os estoques de petróleo deverão continuar em alta em 2019, diz Michael Hewson, analista-chefe de mercado da corretora CMC Markets. “Vai levar um pouco mais de tempo para que essa sobra de petróleo comece a ser ‘consumida’ pelos cortes.”
Fonte: Valor Online
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