Os preços do petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira (4), pressionados pelo fortalecimento do dólar, cuja alta torna o barril da commodity mais caro para investidores internacionais.
Em Nova York, o WTI (março) fechou em queda de 1,27%, a US$ 54,56 o barril. Em Londres, o Brent (abril) cedeu 0,38%, a US$ 62,51 o barril. O índice do dólar (DXY) subia 0,29%, a 95,855.
Mais cedo, os preços do barril chegaram a subir (WTI +0,89%), depois de pesquisa da “Bloomberg” mostrar que a produção da Opep caiu 930 mil barris por dia durante o mês de janeiro, para 31,02 milhões de barris por dia. É o maior declínio mensal em dois anos.
Venezuela
O começo de semana negativo se deve à instabilidade na Venezuela, com os Estados Unidos anunciando que as refinarias americanas não poderão importar petróleo venezuelano contratado antes das sanções”, diz Robbie Fraser, analista global de commodities da Schneider Electric.
Investidores continuam atentos ao noticiário da Venezuela, rica em petróleo e envolta em crise, enquanto os EUA pressionam o presidente do país latino, Nicolás Maduro, a renunciar e permitir novas eleições.
Há uma semana, o governo Trump impôs novas sanções contra a estatal petrolífera venezuelana PdVSA, as quais podem deter efetivamente todas as importações de petróleo bruto venezuelano nos Estados Unidos e levar à escassez de oferta.
Os mercados de petróleo acompanharão de perto os esforços dos EUA para enviar alimentos, remédios e outras formas de ajuda humanitária à Venezuela, que devem começar a chegar da Colômbia em meados desta semana.
“A questão-chave é se as forças armadas permitirão que a distribuição de ajuda avance”, dizem analistas da Teneo, em nota desta segunda-feira. “O regime bloqueou obstinadamente toda a assistência humanitária, apesar do agravamento da escassez de produtos básicos. No entanto, o presidente constitucional interino Juan Guaidó quer levar comida para colocar as forças armadas sob nova pressão. Os militares até agora permanecem com o presidente Nicolás Maduro.”
Ganhos no ano
Apesar da queda de hoje, os preços do petróleo têm forte alta neste ano. O WTI sobe 20%, enquanto o Brent ganha 16%. A recuperação é apoiada em expectativa de redução de oferta e de um Fed mais brando na política monetária.
Segundo Warren Patterson, estrategista de commodities do ING Bank, os investidores têm aumentado apostas na alta do petróleo Brent, referência global da commodity. Na semana passada, especuladores compraram, em termos líquidos, 29.769 lotes, elevando o total de posições compradas no Brent para 232.707 lotes, patamar mais alto desde o começo de novembro do ano passado.
“Mas, como vimos nas últimas semanas, o aumento das posições especulativas compradas tem sido ditado mais por cobertura de posições vendidas do que por montagem de novas posições compradas”, pondera Patterson.
Fonte: Valor Online
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