Após compra a Transportadora Associada de Gás (TAG), a Engie mira agora o setor de gás natural e não descarta aquisições em distribuidoras. Além disso, a empresa espera participar do próximo leilão de energia A-6 com projeto termelétrico em Santa Catarina, associado ao terminal de GNL, que será construído pela Golar Power.
A compra da transportadora é o marco inicial da atividade da empresa francesa no setor de gás no Brasil. Na sexta-feira (5/4), a companhia, juntamente com o fundo canadense CDPQ, venceu o processo de venda da TAG, realizado pela Petrobras, ao oferecer proposta cerca de R$ 35,1 bilhões. A expectativa da Engie é concluir a operação até maio deste ano.
Para viabilizar a compra da transportadora, Maurício Bahr, presidente da Engie Brasil, explicou que a operação envolveu financiamento junto a três bancos nacionais e seis estrangeiros a fim de garantir pelo menos 70% do total da compra. Embora tenha declarado que a Engie possui robustez suficiente para adquirir grandes projetos no país, o executivo esclareceu que o arranjo financeiro foi necessário em função da complexidade e magnitude da operação da TAG. Entretanto, acredita que a rede de gasodutos permitirá à empresa uma fonte de receita estável e por longo prazo.
A Engie Brasil possui 32,5% de participação no consórcio vencedor, que terá 90% do controle societário da transportadora. A sua matriz francesa tem mais 32,5%, enquanto o sócio financeiro, o fundo canadense CDPQ, possui 35% de participação. Os outros 10% do controle societário da TAG continuam nas mãos da Petrobras, mas o consórcio acredita que ainda pode assumir essa fatia já que a petroleira precisará se desfazer de sua parte em função do processo de desverticalização do setor de gás.
Para Bahr, a abertura do mercado de gás natural deverá ocorrer de forma semelhante ao que aconteceu com o setor elétrico há cerca de 20 anos, com a entrada, aos poucos, de novas empresas.
A TAG tem hoje quatro contratos de capacidade em vigor e um sendo negociado, o que representa total contratado de 74,3 milhões de m³/dia, com média de contratação de 12 anos. A rede conta com 4,5 mil km de gasodutos, sendo 3,7 mil km na costa do Nordeste e mais 800 km no Amazonas, com 12 estações de compressão. Também possui uma rede de interconexão com oito distribuidoras de gás, 91 pontos de saída, atendimento a refinarias e termelétricas ao longo do trajeto, e 12 pontos de entrada de gás, sendo dois por meio de terminais de regaseificação de GNL (na Bahia e no Ceará).
Fonte: Brasil Energia
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