A portuguesa ENC Energy, responsável pela instalação, operação e manutenção de 28,2 GW em usinas de geração a biogás em aterros no Brasil, inaugura, neste mês, sua primeira usina própria no modelo de geração compartilhada. O projeto, em parceria com o Fundo de Investimentos em Participações Nordeste III, gerido pela Vinci Partners, está instalado no aterro sanitário do município de Rosário, no Maranhão. O biogás é captado diretamente do aterro, que recebe 1.100 toneladas por dia de lixo, e o investimento total foi da ordem de R$ 12 milhões.
Segundo o consultor da ENC Energy Brasil, Guilherme Banzato, o projeto no Maranhão é dividido em duas miniusinas, de 1 MW cada, e funcionará como fazenda de geração, conectada à rede e com relógio bidirecional para geração de créditos, que serão comercializados e consumidos por empresas do estado. O primeiro motogerador já está ligado e espera a migração para o modelo de geração distribuída pela distribuidora Cemar, o que ocorrerá em junho. A outra máquina – ambas são da Agilent (ex-GE) – deve chegar em 60 dias. A montagem dos sistemas é na matriz em Portugal.
Além deste projeto, a sociedade entre a ENC e a Vinci Partners, que gerou a ENC Nordeste, especializada em geração distribuída a biogás, está implantando mais outras usinas em Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais, totalizando 7 MW a serem também negociados no modelo de geração compartilhada. Banzato afirma que o projeto pernambucano, em Igarassu, deve ser inaugurado entre setembro e novembro deste ano e será o maior deles, com 4 MW e quatro motogeradores.
Até o momento, a ENC apenas atuava no Brasil na instalação, operação e manutenção de usinas a biogás para terceiros, caso dos projetos em aterros do grupo Estre Ambiental, e em usina de 4,3 MW, instalada em parceria com aterro de Juiz de Fora (MG). Todos esses projetos comercializam a energia no mercado livre.
“Estamos confiantes nessa modelagem de geração distribuída, mas ansiosos para saber se a revisão da resolução 482 vai manter os incentivos, importante para estimular a nossa atividade, que além de aproveitar o potencial energético do lixo, ainda resolve um passivo ambiental”, diz Banzato.
Fonte: Brasil Energia
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