O Brasil poderia aumentar em até 305% sua capacidade de produção de energia por meio de cogeração a gás natural nos próximos anos. Segundo a Cogen, seria possível adicionar 7,2 GW da tecnologia no país, chegando a 10,7 GW, dos 3,5 GW atuais. Esses mesmos projetos poderiam adicionar ainda uma capacidade térmica equivalente a 17,9 GW. O estudo foi realizado em parceria com a Promon, avaliando o potencial de mercado nos diferentes setores que poderiam utilizar a cogeração em seus processos.
Segundo dados da Abegás, o mercado de cogeração a gás consumiu 2,52 milhões de m3/d em julho, um pouco abaixo da média de 2,84 milhões de m3/d registrada em 2018.
Em um evento na sede da Naturgy, no Rio de Janeiro, na quinta-feira (26/9), voltado para apresentar oportunidades de cogeração para hospitais, o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte, conversou com o EnergiaHoje sobre o potencial dessa modalidade.
Um dos setores que poderia ser mais beneficiado seria o de saúde, onde há demanda por segurança energética e por geração de água quente e gelada, esta última para climatização. “É um mercado muito pouco explorado. Existem mais hospitais do que hotéis em São Paulo, por exemplo, e são muito poucos os projetos de cogeração”, avalia o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte. Hoje, a cogeração em hospitais no Brasil possui uma capacidade de apenas 0,02 MW instalados, segundo a Cogen. Nesse mesmo segmento, a capacidade instalada no Japão é de 358 MW.
Duarte acrescenta ainda que a cogeração tem um papel importante no sistema elétrico. “Ela coloca de 7 a 9 GW de carga a mais todos os dias, nos horários de pico, por volta das três da tarde, que as distribuidoras não teriam condições de assumir”, observa. “Sem isso, haveria centenas de gargalos no fornecimento de energia”.
Além disso, segundo Duarte, o gás natural apresenta uma série de vantagens na cogeração, especialmente nos hospitais. “Ele tem maior disponibilidade que o diesel, é menos poluente e bastante versátil”, enumera. Por isso mesmo, o potencial da cogeração movimenta as distribuidoras de gás. Ainda mais por se tratar de um tipo de geração em pequena escala, que depende necessariamente da rede das empresas para funcionar.
Fonte: Brasil Energia
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