Petrobras terá 50% da cadeia de valor do gás no Brasil após desinvestimentos

A Petrobras ficará com 50% da cadeia de valor do mercado de gás natural do Brasil após a realização dos desinvestimentos previstos no setor, afirmou nesta sexta-feira a diretora de refino e gás natural da empresa, Anelise Lara.

Os desinvestimentos previstos no setor fazem parte de compromisso firmado pela empresa com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), lembrou a executiva, que participa de encontro com investidores da Petrobras em Londres.

No encontro, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, reafirmou sua visão de que o monopólio da companhia nos setores de gás natural e refino é prejudicial para a empresa. “Monopólio é um criador de ineficiência”, disse o executivo.

Ele lembrou que a Petrobras está vendendo oito refinarias, que respondem por metade da capacidade de refino da companhia, e também citou o acordo fechado com o Cade para fomentar a concorrência no mercado brasileiro de gás.

Anelise disse que a Petrobras espera assinar o acordo de venda das primeiras quatro refinarias no segundo semestre de 2020. Segundo ela, a ideia é que, até 2022, todas as oito refinarias previstas para serem vendidas já tenham sido transferidas para os novos donos.

Castello Branco também ressaltou que a empresa está reduzindo custos e buscando eficiência para gerar valor mesmo em um eventual cenário de baixo preço do petróleo.

Ele afirmou que a estratégia da companhia para a área petroquímica, no momento, é vender sua participação na Braskem. “No curto prazo, a Petrobras está fortemente comprometida em vende a Braskem”, disse. A intenção é fazer isso em até 12 meses, reiterou.

Em longo prazo, Castello Branco disse que investir em petroquímica pode ser uma alternativa. “Para o futuro, é uma opção”.

O presidente da Petrobras reafirmou ser contrário ao plano da Odebrecht de vender sua própria fatia na petroquímica em até 36 meses, conforme informado pelo Valor nesta semana.

 

Fonte: Valor Online