Os contratos futuros de petróleo fecharam com ganhos robustos nesta quinta-feira (19), mas apenas recuperando parte das elevadas perdas recentes. Um dia após terem atingido os menores níveis em cerca de duas décadas, os contratos já subiam no início do dia, mas o movimento ganhou força após os Estados Unidos anunciarem uma grande compra.
O petróleo WTI para maio fechou em alta de 24,39%, em US$ 25,91 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês subiu 14,43%, a US$ 28,47 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) anunciou hoje a compra de 30 milhões de barris de petróleo americano, para ampliar as reservas estratégicas do país. O órgão ainda disse que agia rapidamente a fim de apoiar produtores dos EUA diante das “potenciais perdas catastróficas” com os impactos do coronavírus e das “turbulências” causadas por atores externos.
Em entrevista coletiva sobre o combate ao coronavírus, Trump chegou a comentar brevemente sobre o mercado de petróleo hoje. Segundo ele, a Arábia Saudita está “numa luta pelo preço”, por isso a forte queda recente. Trump sugeriu que “no momento apropriado” pode se envolver para tentar sustentar os preços, comentando que a própria Arábia Saudita era prejudicada pela situação, bem como a Rússia. Os sauditas decidiram elevar sua produção após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não chegarem a um acordo sobre mais um corte na oferta, diante da resistência de Moscou a dar esse passo.
Com o choque na oferta e as divergências políticas, o Julius Baer cortou sua perspectiva para o preço da commodity, avaliando que as economias do Ocidente caminham para “uma paralisação temporária”, enquanto a China já dá sinais de recuperação. “Baseando-se na evidência de que uma recessão é inevitável, nós reduzimos nossas projeções para US$ 32,50 o barril em 3 meses e US$ 45 em 12 meses”, diz o banco em relatório, referindo-se ao tipo Brent.
A agência Fitch também reduziu hoje sua expectativa para o preço do petróleo. Ela projeta agora que o Brent fique em média a US$ 41 o barril em 2020, quando em dezembro previa US$ 62,50. Para 2021, espera em média US$ 48 para o barril do Brent, de US$ 60 anteriormente. A agência ainda cortou sua previsão para o crescimento global neste ano de 2,5% para 1,3%, por causa das consequências do surto de coronavírus.
Fonte: IstoÉ Dinheiro / Estadão Conteúdo
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