O petróleo oscilou na sessão de quinta-feira (16) e fechou sem direção única, com o West Texas Intermediate (WTI), a referência americana, estável e o Brent, a referência global, em alta moderada. Os preços se deslocaram entre os territórios positivo e negativo em meio a dados econômicos na Europa e nos Estados Unidos e o relatório da Opep, que prevê que a demanda global pela commodity cairá em 6,8 milhões de barris por dia em 2020, com a maior contração ocorrida em abril, em meio a proibições e bloqueios de viagens, com o objetivo de impedir a propagação do novo coronavírus.
Assim, os preços dos contratos para junho do Brent terminaram a sessão de hoje em alta de 0,46%, a US$ 27,82 o barril, recuperando-se pouco das quedas dos últimos dias. Já os contratos para maio do WTI fecharam estáveis, a US$ 19,87 o barril, permanecendo no menor nível de fechamento desde 2002.
Os mercados globais também reagiram hoje aos dados mais recentes de pedidos de seguro-desemprego nos EUA. O número de americanos que solicitaram o benefício pela primeira vez caiu em 1,37 milhão de pedidos na semana terminada no dia 11 de abril, a 5,245 milhões. A queda em relação aos números da semana anterior impulsionaram principalmente os mercados de ações num primeiro momento, mas depois os investidores reavaliaram e concluíram que o dado mostra que o colapso do mercado de trabalho americano segue em andamento e a taxa de desemprego provavelmente já saltou de mínimas históricas para acima de dois dígitos.
Especificamente para o petróleo, isso corrobora ainda mais as projeções de queda acentuada na demanda, o que ajudou a conter a recuperação dos preços hoje.
“Atualmente, o mercado de petróleo está sofrendo um choque histórico abrupto, extremo e em escala global”, disse a Opep em seu relatório mensal divulgado hoje, acrescentando que a gasolina, o óleo para avião e outros combustíveis de transporte representam cerca de 60% da demanda global de petróleo da expectativa de oferta de 12 milhões de barris por dia no segundo trimestre de 2020.
A Opep estima que medidas governamentais para conter o impacto do coronavírus, mantendo as pessoas em suas casas e minimizando as viagens atualmente afetam 40% da população mundial. O cartel prevê que o crescimento econômico global terá contração de 1,5% este ano.
“Até agora, essas restrições levaram o consumo de combustível à queda em meio à criação de estoque de produtos, danificando seriamente os mercados de combustível de aviação e levando as margens da gasolina a um território negativo”, observou a Opep.
O relatório vem no dia seguinte à previsão da Agência Internacional de Energia (AIE), que aponta uma queda recorde de 9,3 milhões de barris por dia na demanda global de petróleo este ano, um número significativamente maior que a estimativa da Opep. Da mesma forma, enquanto a AIE disse que a demanda por petróleo cairia em 29 milhões de barris por dia em abril, a previsão da Opep de atingir 20 milhões de barris por dia é cerca de um terço a menos.
Mesmo o recente acordo de corte de produção entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) não foi suficiente para dar sustentação aos preços da commodity.
“Iniciar os cortes em maio é simplesmente tarde demais e essas duas semanas importam para o ambiente do mercado”, disse em nota a clientes Norbert Ruecker, do Julius Baer.
Fonte: Valor Online
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