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Presidente da Petrobras defende política de preços: “Não se foge da oferta e demanda”

O atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, defendeu a política de preços de combustíveis adotada pela petroleira durante conferência com analistas na manhã de hoje, para comentar o balanço da empresa, divulgado ontem.

A política de preços da Petrobras, em linha com a paridade com os preços internacionais no entendimento do executivo, tem sido alvo de críticas nas últimas semanas. “É surpreendente em pleno século XXI dedicarmos tanta atenção ao assunto de paridade de preços. Os preços são formados pela oferta e demanda global e não há como se desviar deles. A experiência de fugir da paridade de importação foi desastrosa, a Petrobras perdeu US$ 40 bilhões com isso”, afirmou o presidente da petroleira.

Castello Branco voltou a afirmar que os preços de combustíveis no Brasil não são caros, mas destacou que “impostos são elevados”. “A Petrobras ainda é uma empresa muito endividada. Como vai conciliar obrigações em dólares com receitas em reais? Esse é mais um efeito perverso do descolamento dos preços de paridade. O preço não é caro nem barato, é o preço de mercado”, afirmou ele. “Se o Brasil quiser ser uma economia de mercado, tem que ter preços de mercado. Preços abaixo de mercado geram muitas consequências, algumas previsíveis, outras imprevisíveis, mas todas negativas”, disse.

Critérios de reajuste

A Petrobras toma decisões sobre reajustes de preços de combustíveis com base na evolução de preços e tendências, por meio de uma equipe que analisa os mercados diariamente, destacou.

“O processo de decisão sobre preços é simples e fácil, obedece a padrões de governança. As decisões não são com base em achismo”, disse Castello Branco. “Não procedemos mecanicamente, se não colocaríamos um robô para fazer tarefa de reajustes. Temos um grupo executivo de mercados e produtos, o GEMP, que decide os reajustes e, se houver divergências, nesse grupo, eu sou chamado a decidir”, completou o executivo.

A política de preços da estatal, baseada na paridade com os preços internacionais, tem sido alvo de críticas nas últimas semanas. “A Petrobras não é monopolista no Brasil, embora tenhamos aqui a anomalia de sermos dominantes no refino”, acrescentou Castello Branco, sobre o mesmo assunto.

Dinâmica de preços

A Petrobras fez, ao todo, 38 reajustes no preço da gasolina em 2020, que representaram uma baixa de 4% nos preços ao longo do ano, segundo o diretor executivo de comercialização e logística da estatal, André Chiarini.

O executivo afirmou ainda que a estatal fez 28 reajustes nos preços do diesel no ano passado, com uma queda de 13%. No gás liquefeito de petróleo (GLP) houve alta de 22% após 13 reajustes ao longo do ano, acrescentou ele.  “O Conselho de Administração da companhia vai zelar com grande rigor o cumprimento da paridade preços”, afirmou Chiarini.

As vendas de gasolina e diesel da Petrobras começaram 2021 superando os níveis pré-pandemia de covid-19, informou ainda o diretor. Segundo ele, a comercialização de diesel da companhia foi 18,8% maior em janeiro, em relação a igual mês de 2020. No caso da gasolina, o aumento foi de 8,5%.

“A demanda de combustíveis já superou níveis pré-pandemia”, afirmou Chiarini.

 

Fonte: Valor Online

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