O presidente Jair Bolsonaro disse que a Petrobras tem uma reserva de R$ 3 bilhões para custear um programa vale-gás, que permitiria a compra de botijão de gás de cozinha para a população mais carente. “O novo presidente da Petrobras, o (Joaquim) Silva e Luna, está com uma reserva de R$ 3 bilhões para atender realmente esses mais necessitados. Seria o equivalente – o que está sendo estudado até agora – a um botijão de gás a cada dois meses”, informou o presidente em entrevista ao Programa do Ratinho, no SBT, na última sexta-feira (30). Bolsonaro voltou a culpar os tributos estaduais pelos preços elevados do botijão de gás no País. “Eu zerei o imposto federal (do gás de cozinha). Não tem imposto federal, custa R$ 45,00 onde o gás é engarrafado. O restante é problema do ICMS, da margem de lucro de quem está vendendo e de frete”, afirmou.
Na última segunda-feira (26), em entrevista à rádio Arapuan, da Paraíba, o presidente disse que o preço do botijão de gás para o consumidor final deveria ser de, no máximo, R$ 70. No entanto, praticamente a metade do valor do preço do botijão fica com a Petrobras, segundo dados da própria estatal. O preço médio da revenda do gás de cozinha (13 quilos) no País foi de R$ 89,84 entre os dias 4 e 10 de julho. Do preço final, R$ 46,88 ficam com a Petrobras. Ainda de acordo com a empresa, há basicamente três componentes do preço do gás de cozinha: 48,9% representam a margem da estatal; 36,6% ficam com as distribuidoras (que fazem a aquisição, armazenamento, envasamento, transporte, comercialização e controle de qualidade) e os pontos de revenda; e 14,5% são impostos estaduais (ICMS).
A redução do preço do gás de cozinha é uma promessa de campanha de Bolsonaro que ainda não foi cumprida. Em agosto de 2019, o governo acabou com o subsídio do botijão de 13 quilos – havia desconto apenas para o envase, compensado por todos os outros tamanhos, que eram vendidos a preços mais altos. Por outro lado, neste ano, o governo decidiu zerar a cobrança de impostos sobre o botijão de forma permanente. Por meio de uma Medida Provisória já aprovada no Congresso e sancionada pela Presidência, o Executivo zerou as alíquotas de PIS e Cofins, que representavam 3% do preço final do botijão. Para compensar a perda na arrecadação com essa medida, o governo aumentou o tributo sobre os bancos, colocou fim a um programa de incentivo à indústria petroquímica e limitou a compra de carros com isenção por pessoas com deficiência.
Fonte: Broadcast / Ag.Estado
Related Posts
Ultra quer crescer no gás – mas regulação preocupa
No Episódio 7 de POWER – com Adriano Pires, o CEO do Grupo Ultra, Marcos Lutz, explicou a estratégia por trás da aquisição da Hidrovias do Brasil e discutiu os investimentos da Ultra no negócio de gás, onde...
“Empresas eram mal remuneradas”, diz Sindigás sobre crescimento de margens
O presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello, disse que o crescimento nas margens do setor se deu porque os outros combustíveis tiveram aumento de preço, o que tornou o GLP mais competitivo, inclusive...