A comercializadora brasileira de energia Tradener assinou com a estatal de energia da Bolívia, Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), um contrato inédito para importar gás natural de forma ininterrupta para o Brasil. O acordo prevê que, pelos próximos dois anos, a Tradener poderá dispor de até 2,2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia para atendimento ao mercado livre do país.
O contrato é inédito porque até então as negociações eram restritas entre estatais, o que representa uma nova forma de destinação do gás boliviano ao Brasil. De acordo com o presidente da Tradener, Walfrido Avila, esse volume contratado é uma quantidade inicial, que poderá aumentar conforme sejam as condições de venda e escoamento no mercado brasileiro, no âmbito do mercado livre de gás”.
“Agora temos a efetiva presença de uma comercializadora livre no mercado de abastecimento de gás do país e a possibilidade de abastecer nossas termelétricas com gás, viabilizando a consequente exportação de energia elétrica para os países vizinhos”, diz Avila.
O gás será importado da Bolívia conforme a demanda e poderá ser entregue pelo Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), para geradores térmicos de energia elétrica ou indústrias brasileiras consumidoras de gás. De acordo com a legislação, no Brasil enquadram-se como consumidores livres de gás os que consomem no mínimo 10 mil metros cúbicos por dia.
A YPFB também fechou contrato com a Trafigura PTE, empresa presente em diversos países. Os acordos permitirão que a estatal de petróleo boliviana entre no novo mercado de gás no Brasil, melhore os índices de preços e venda até 2,6 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural com uma receita de petróleo estimada em até US$ 930 milhões por conta da escalada dos preços.
“Esta é uma ótima notícia para os bolivianos, a YPFB continuará se firmando no novo mercado brasileiro de gás, com contratos que permitem capturar os altos preços internacionais do gás natural, que por sua vez se traduzirão em maiores receitas do petróleo. Esses contratos têm os maiores indicadores de preço já assinados pela YPFB”, disse o presidente da YPFB, Armin Dorgathen.
Fonte: Valor Online