O início do desenvolvimento do Bloco BM-C-33, no pré-sal da Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, está levando a NTS a colocar em prática um conjunto de projetos que amplia a capacidade de escoamento de gás natural no país. Com previsão de investimentos de R$ 7,5 bilhões nos próximos cinco anos, os projetos envolvem a duplicação de estações de compressão de gás natural em São Paulo e no Rio. Também será construído um segundo gasoduto conectando Taubaté (SP) ao território fluminense, além da construção de novas estações de compressão. As obras vão dobrar a capacidade da malha da NTS, que sairá de 12 milhões de m3 /dia de gás para 25 milhões de m3 /dia em 2028.
O pacote de projetos da NTS dependia de decisões de petroleiras para que esse conjunto de iniciativas saísse do papel. Dois “gatilhos” foram disparados recentemente: um deles é o BM-C-33, que tem como sócios a Equinor, a Petrobras e a Repsol Sinopec, com previsão de iniciar produção de petróleo e gás em 2028. A expectativa, no caso do gás natural, é de que o bloco produza 16 milhões de m3 /dia. A NTS esperava o início do desenvolvimento do bloco, cuja produção será escoada por meio do gasoduto Rota 5, para colocar tais projetos em prática.
O outro gatilho é a conclusão do polo GasLub, polo de gás natural localizado em Itaboraí – antigo complexo petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que vai receber o gás natural escoado pelo chamado Rota 3. “É a materialização do gás do pré-sal”, disse o presidente da NTS, Erick Pettendorfer Portela. A NTS, controlada pela canadense Brookfield, é resultante da venda da malha de gasodutos da Petrobras. Conectando os Estados do Rio, São Paulo e Minas Gerais, a malha da empresa se interliga com as redes da TBG (que traz o gás da Bolívia) e da TAG, responsável pela interligação entre o Sudeste e o Nordeste.
Os investimentos estão sendo anunciados no momento que a Petrobras prevê aumento de 50 milhões de m3 /dia na oferta de gás natural nos próximos anos. A previsão é que esses projetos, que estão previstos em estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), iniciem a operação comercial em 2028. Os novos investimentos envolvem a duplicação de quatro estações de compressão de gás natural nos Estados do Rio e São Paulo, o que permitirá transporte de maiores volumes sem precisar de intervenções na malha de gás da companhia. Também será construída outra estação de compressão, em Paulínia (SP).
Além das estações, a NTS vai construir novo gasoduto de 300 quilômetros de extensão, que acompanhará o traçado de um duto existente que liga Duque de Caxias (RJ) a Taubaté. A nova estação de compressão, a duplicação das estações existentes e o novo duto vão mais que duplicar a capacidade de escoamento do gás do Rio para São Paulo, saindo dos atuais 12 milhões de m3 /dia para os 25 milhões de m3 /dia projetados. Os investimentos da NTS se somam a outro projeto, denominado internamente de “desengargalamento 1”, que envolve a construção de uma estação de compressão de gás natural em Japeri (RJ), com capacidade de movimentar 7,5 milhões de m3 /dia adicionais na malha da companhia, disse Portela. Essa estação, disse, depende apenas da liberação da licença de instalação pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), do Rio, e da liberação para funcionamento pela ANP.
O projeto custou R$ 600 milhões e é considerado estratégico pelo governo fluminense. Somado aos R$ 7,5 bilhões, o total de investimentos em expansão pela NTS chega a R$ 8,1 bilhões. A nova unidade de Japeri se soma ao chamado Gasig, gasoduto de 11 quilômetros entre Itaboraí e Guapimirim, ambos municípios no Rio, que aguarda apenas a concessão da licença de operação definitiva e autorizações regulatórias. O gasoduto conecta o GasLub à malha da NTS. Essas instalações vão escoar o gás do chamado Rota 3, gasoduto que vai transportar o gás do pré-sal da Bacia de Santos para o Gaslub.
Fonte: Valor Econômico
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