O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse não existir qualquer crise institucional com o Ministério de Minas e Energia em relação à produção de gás natural. Segundo ele, o papel do ministro é de cobrar e supervisionar os setores, até pelo fato do governo ser o acionista majoritário da companhia.
“Não existe crise e nem retórica de crise. Temos que acabar com essa ideia de que o ministro [Alexandre Silveira] está brigando. Ele tem que cuidar de tudo. Ele tem direito de fazer cobranças e eu respeito todos os ministros”, afirmou nesta quarta-feira (19) em entrevista a jornalistas no Centro de Pesquisas da Petrobras.
Segundo Prates, a companhia tem como objetivo produzir petróleo e gás, e agora a transição energética: “Vamos atrás do gás onde ele estiver”.
O presidente da estatal explica que o gás é um produto colateral, ou seja, é associado à produção de petróleo. “Isso não significa que tem menos valor ou que a Petrobras vai sonegar gás do Brasil”.
Joelson Mendes, diretor de exploração e produção da Petrobras, afirmou que o país tem gás e que a companhia tem trabalhado em projetos para aumentar a oferta. “Estamos aumentando a disponibilidade de gás como companhia. Temos projetos já sancionados e outros a sancionar. Utilizamos as melhores técnicas da indústria do petróleo.”
Prates ressaltou que nem a lei do gás de 2009 nem a atual lei, em vigor desde 2021, é capaz de acelerar a formação de um mercado de gás competitivo, porque isso é algo que depende da organização do próprio segmento.
A exploração e produção (upstream, no jargão do setor) já está regulado pela lei do petróleo (lei 9.478), enquanto os Estados têm a atribuição da regulação da distribuição (downstream), explicou Prates. No meio, ficou o transporte (midstream), que teve a regulamentação definida pelo atual marco regulatório do gás natural.
Fonte: Valor Online
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