Preço acompanha exterior, diz Prates, mas defasagem continua

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, avaliou que a nova política de preços da companhia “passou no teste”, após ter reajustado os valores da gasolina e do diesel vendidos nas refinarias. “Subiu lá fora e fizemos o reajuste”, afirmou o presidente da estatal, em audiência pública conjunta, nas comissões de Infraestrutura e de Desenvolvimento Regional do Senado.

A partir da última quarta (16), o preço da gasolina foi elevado em 16,3% – o equivalente a R$ 0,41 por litro – e o do diesel, subiu 25,8% – R$ 0,78 por litro. De acordo com especialistas, a decisão reduz, mas não elimina as defasagens em relação às cotações internacionais. Conforme mostrou o Valor, a Petrobras adiou o máximo que pôde o reajuste no contexto da nova política de preços da companhia, objeto de críticas de analistas por falta de transparência.

Prates ressaltou que a Petrobras “não está perdendo dinheiro” por ter tomado a decisão de abandonar o modelo de paridade de preços de importação (PPI). Segundo ele, a petroleira tem elementos de “eficiência” e de “vantagens competitivas” que empresas concorrentes não têm. “Isso permite que, com esse reajuste, ela fique dentro do “túnel de volatilidade”, disse Prates.

Na audiência, ele explicou que esse “túnel” serve para definir um preço entre um “valor marginal e custo alternativo do cliente”, que protege a companhia das oscilações do mercado internacional sem gerar prejuízo. Ele citou que, nos meses de junho e julho”, os preços internacionais registraram uma “volatilidade intensa”. Segundo ele, não há “radicalismo” na atual gestão para considerar somente os custos de produção de combustíveis em reais. Prates também ressaltou que a companhia tem parte importante dos custos em dólar. “Igualar ao preço do importador é igualar ao preço do concorrente mais ineficiente, de quem está fora do país.”

Em referência a falas do presidente Lula sobre o assunto, Prates ainda argumentou que “abrasileirar o preço não é nacionalizar a indústria, nem estatizar, nem congelar ou tabelar preços”.

Fonte: Valor Econômico