A descoberta de gás no poço Mayaya Centro-X1 IE pode deter o declínio da produção na Bolívia e aumentar as reservas do país, estima a Rystad Energy. Segundo a consultoria, o anúncio dessa descoberta, bem como a do poço do Remanso-X1, em 2023, ambos feitos pela YPFB, deixam a Bolívia com esperança para interromper o declínio da produção, reabastecer as reservas e proporcionar ganhos financeiros sobre a exportação. Em análise divulgada no último dia 21, a consultoria alerta que como é um poço estratigráfico, a exploração ainda está no início, exigindo a perfuração de mais alguns poços para avaliar o potencial do reservatório. Mesmo assim, a YPFB segue otimista com o resultado, com pretensão de acelerar o desenvolvimento nos próximos dois a três anos. Se o potencial de hidrocarbonetos for comprovado, o poço poderá render uma taxa de recuperação considerável, com cerca de 150 milhões de boe.
A YPFB iniciou a perfuração de Mayaya Centro em novembro de 2021 e, após a conclusão do poço, atingiu um volume equivalente a cerca de 1,7 trilhão de pés cúbicos. Estima-se que o poço tenha custado cerca de US$ 44 milhões, com hidrocarbonetos previstos depositados dentro de uma estrutura delimitada por falhas. Contudo, a exploração “silenciosa” e a anúncio de poucas descobertas “significam que a Bolívia está longe de atingir esses objetivos e o país terá que aumentar a atividade de exploração, o que pode ser relativamente caro, dadas as profundidades dos reservatórios e as complexidades associadas”, disse a consultoria na análise.
Atualmente, a produção doméstica de gás está em torno de 12 bilhões de m³/ano. Até o final da década, os volumes devem chegar a aproximadamente 9 bilhões de m³/ano, de acordo com estimativas da Rystad Energy. A expectativa é que a produção aumente um pouco depois, mesmo que os campos não desenvolvidos não sejam grandes o suficiente para sustentar os volumes. Já o desenvolvimento do Mayaya Centro-X1 IE ajudaria na injeção de novos volumes, mas a atividade de desenvolvimento dentro do prazo estipulado de dois a três anos é uma meta ambiciosa, alertou a consultoria, por causa de sua localização da descoberta – o poço fica em uma área subdesenvolvida longe dos campos existentes.
A relativa falta de novos recursos substanciais para o desenvolvimento está esgotando as reservas comprovadas da Bolívia, bem como a taxa de reposição de reservas do país. Tal fato levou a Bolívia a diminuir as exportações para o Brasil e Argentina. “O país tem uma dupla responsabilidade de reabastecer as reservas em seus campos maduros por meio de várias atividades de recuperação avançada de petróleo (EOR) e liderar a exploração para explorar seu potencial subterrâneo restante”, completou a Rystad.
Fonte: PetróleoHoje
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