A VirtuGNL anunciou uma parceria com a Yara Fertilizantes Brasil para uso de caminhões movidos a GNL no processo de logística de distribuição de fertilizantes. O projeto prevê o transporte de 50 mil toneladas de fertilizantes por ano, a partir de janeiro de 2025. A expectativa é que os automóveis movidos a GNL reduzam em 20% as emissões de gases de efeito estufa e em 90% a emissão de NOx e SOx. A operação será iniciada pelo Maranhão, com previsão de expansão para outros estados. O empreendimento contará com um cavalo mecânico e carretas. “Vamos ter a possibilidade de avançar essas carretas para a cidade de Balsas (MA) e, dali, fazer uma entrega mais rápida para o produtor rural”, explicou o diretor de logística da Yara Brasil, Alberto Rodrigues. O projeto vai começar com uma frota com 150 caminhões movidos a GNL, com fornecimento de combustível via Eneva.
De acordo com o ministro dos Transportes, Renan Filho, o setor automotivo é importante para a descarbonização da economia brasileira. Uma das ações implementadas pelo ministério para o desenvolvimento do segmento são os novos leilões de concessões rodoviários, que vão destinar 1% das tarifas pagas pelos usuários para novas tecnologias e sustentabilidade, com foco na descarbonização. Segundo Renan, o governo pretende lançar 35 certames até 2026.
“A segunda [ação] é estimular os corredores azuis. É difícil distribuir o GNL, ainda não há uma rede estabelecida. Por isso, criamos os corredores azuis para induzir a distribuição de GNL, GNC, GNV e carregadores elétricos”, afirmou o ministro. Outro ponto destacado por Renan foi a ampliação do transporte ferroviário. Segundo ele, o governo vai lançar um plano de desenvolvimento de transporte ferroviário para tirar cargas das rodovias e realocá-las para as “estradas de ferro”. Em relação ao uso do gás natural, o ministro reforçou que o custo do energético é um impeditivo para diversas indústrias. Ele lembrou do caso do segmento de fertilizantes, em que o Brasil é dependente da importação. “Por que não produzimos fertilizantes? Porque para produzir precisa de gás, uma indústria de gás intensiva. Como o gás é caro, sai mais barato colocar o fertilizante em um navio que vem da Rússia, vir de lá para cá emitindo carbono do que produzir aqui”, disse.
Renan Filho também chamou atenção para a necessidade do Brasil atrair novos investimentos privados no setor. Segundo ele, a Petrobras é tão forte e o óleo tão rentável, que a estatal observa o gás natural como um “subproduto”. “Às vezes a presidente da Petrobras [Magda Chambriard] quer ampliar, o presidente Lula quer ampliar. Mas a própria corporação olha para onde ganha mais”, disse. De acordo com o ministro, a abertura e talvez a ampliação da desestatização de gás onshore são discussões que precisam ser aprofundadas. “Defendo [a discussão] porque sei o que aconteceu em Alagoas. A Petrobras saiu, a Origem passou a produzir gás natural e multiplicou por cinco a sua produção [de gás natural]. Enquanto aquele gás de lá era um subproduto, para a Origem é um grande negócio”, destacou. Segundo Renan, o país precisa aumentar a produção e facilitar a demanda.
Fonte: BrasilEnergia