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Biometano tem potencial de crescimento de 6,4 milhões de metros cúbicos por dia no Estado de SP

Um estudo recém-divulgado pela indústria aponta que o potencial de crescimento do biometano no Estado de São Paulo pode atingir os 6,4 milhões de metros cúbicos por dia ou 2,3 bilhões de metros cúbicos por ano. A capacidade atual é de 0,4 milhões de metros cúbicos por dia, segundo dados da ANP. O biometano, ou gás natural renovável, é obtido a partir da purificação do biogás, uma mistura de gases que tem como origem no processo natural de decomposição de resíduos orgânicos. Dos 6,4 milhões de metros cúbicos por dia, vindos de 181 plantas, 84% têm origem nos resíduos do setor sucroenergético e 16%, nos resíduos dos aterros sanitários. O volume equivale a cerca de 40% de todo o mercado paulista de gás natural e a 25% do diesel consumido no Estado. Os dados são de um projeto contratado pela Fiesp, com patrocínio de um grupo de associados com interesse na expansão da produção e do uso do combustível, executado por um consórcio formado por PSR, Amplum Biogás e Instituto 17, e com apoio do governo estadual. “Entre as 181 plantas, fizemos um mapeamento de polos para saber quais são as mais próximas, que poderiam aparentar uma viabilidade maior de construção de gasoduto para elas se conectarem a uma rede já existente de gás. Imaginando que essas plantas todas fossem conectadas por redes de dutos ou gasodutos, demandaria 2,9 mil km de redes de conexões para conectar as 150 plantas mais próximas entre si”, explica Leidiane Mariani, uma das coordenadoras do estudo.

A pesquisa ainda destaca que 3,7% da meta de descarbonização do Estado poderia ser cumprida se houvesse substituição de diesel por biometano, considerando o ciclo de vida. Contudo, boa parte das plantas não está conectada à rede. Mariani frisa a necessidade de expansão dos gasodutos para conectar as plantas de biometano, e a produção do energético ao mercado. O investimento estimado é de R$ 2,9 bilhões. O objetivo do estudo foi identificar barreiras ao desenvolvimento da cadeia de biometano, considerando a complexidade e o impacto das medidas de incentivo, e embasar a criação de políticas públicas que promovam o desenvolvimento do setor. “O estudo é uma ferramenta de previsibilidade para o mercado, com diagnóstico, desafios e propostas, reduzindo a assimetria de informação do mercado, pois todos terão acesso. Além de ser uma ferramenta de planejamento para o Estado na formulação de políticas públicas e aprimoramento regulatório”, diz a subsecretária de energia e mineração da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo (Semil), Marisa Barros. Um dos impactos no desenvolvimento do Estado, caso sejam aplicadas políticas públicas para o setor, seria a geração de 20 mil empregos locais diretos, indiretos e induzidos. “Para o setor privado, é importante para entender novos investimentos que podem ser feitos para a transição energética. E para o poder público entender as políticas necessárias para incentivar esse ativo energético”, diz o diretor da Fiesp Gustavo Bonini.

Fonte: Valor Online

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