O desenvolvimento do biometano em São Paulo tende a se dar pela via do mercado livre de gás natural no estado, acredita a superintendente de Regulação de Gás da Arsesp, Carina Couto. Segundo ela, o próximo ciclo tarifário das distribuidoras paulistas de gás canalizado deve ser marcado pelo aumento das migrações de usuários para o mercado livre. E, em paralelo, pelo crescimento da conexão de plantas de biometano à rede das concessionárias – o que permitirá um maior acesso dos consumidores ao gás renovável. Comgás, Necta e Naturgy estão em processo de Revisão Tarifária. “O que a gente vê é essa tendência do biometano ser vendido no mercado livre para o usuário que vê uma vantagem no atributo ambiental que o biometano traz”, disse.
Em São Paulo, o marco regulatório prevê a possibilidade de que o usuário contrate o biometano no próprio mercado regulado – a partir dos contratos de fornecimento verde. A distribuidora faz a chamada pública para a compra do gás renovável e o consumidor paga uma tarifa específica por esse biometano, em geral mais caro que o gás natural de origem fóssil. Essa modalidade, contudo, não vingou. “Eles [usuários] estão preferindo fazer essa negociação direto com o fornecedor via mercado livre. Acho que eles conseguem negociar melhor o atributo ambiental no mercado livre”, opinou.
Carina Couto anunciou, ainda, que a Arsesp planeja, ainda este ano, rever o modelo do contrato do uso do sistema de distribuição (Cusd) – que é assinado entre o cliente livre e a concessionária, pelo uso da rede. A ideia, segundo ela, é aprimorar o contrato, em direção a um Cusd mais flexível. “A gente tem avaliado a possibilidade de deixar esse Cusd mais flexível justamente para aproveitar um gás de oportunidade, aproveitar também o biometano que tem a sazonalidade dele”.
Fonte:Eixos