A SG/Cade aprovou, na terça (01), a criação de uma joint venture entre Ultragaz e Supergasbras (SGB) para construção e operação de terminal para importação de gás liquefeito de petróleo (GLP) no Porto do Pecém, no Ceará. O projeto em Pecém é similar ao desenvolvido pelas empresas Oiltanking Logística (OTLB), Queiroz Participações (GEQ) e Copa Energia no Porto de Suape, em Pernambuco, aprovado pelo órgão antitruste em fevereiro de 2024. Em Pecém, o consórcio é formado por Ultragaz e Supergasbras. O terminal tem capacidade de armazenamento estimada em 123.800 m³, e o custo previsto para implantação é de R$ 1,1 bilhão, com conclusão prevista para 2028. Em Suape, o consórcio é formado por Oiltanking Logística, Queiroz Participações e Copa Energia. A iniciativa receberá cerca de R$ 1,2 bilhão em investimentos ao longo de três anos e poderá armazenar 120 mil m³ de gás. Na época em que o consórcio de Suape era analisado pelo Cade, a Supergasbras se opôs à aprovação da operação, com o argumento de que ela poderia provocar fechamento de mercado, diminuindo a competitividade entre as distribuidoras de GLP e reforçando a posição do consórcio na região Nordeste. Neste ano, a distribuidora, junto à Ultragaz, recorreu novamente ao órgão com o argumento de que o mercado de oferta do gás será impactado pela construção do terminal em Suape.
Aumento de capacidade de importação
As companhias que compõem a sociedade em Pernambuco também se opuseram ao processo do Ceará. A GEQ entrou como terceira interessada no caso e afirmou que o empreendimento pode afetar a competição no setor, incluindo direitos e interesses da distribuidora como concorrente e cliente do futuro terminal. Já a Copa Energia defendeu que os mesmos critérios e parâmetros da operação em Suape fossem aplicados em Pecém, tais como a instituição de um operador independente no terminal e garantias contra “possíveis práticas discriminatórias e privilégios para players específicos”. A companhia ainda argumentou que a criação do terminal reforçaria ainda mais a verticalização do mercado, uma vez que Supergasbras e Ultragaz já possuem consórcios de compartilhamento de estruturas de envase e carregamento a granel de GLP. Atualmente, a principal infraestrutura de importação do gás no país é o navio-cisterna da Petrobras, em Suape. Na análise da Superintendência-Geral do Cade, a construção do terminal de GLP em Pecém “se traduz em aumento de capacidade de importação, de forma que pode permitir o aumento da oferta de GLP”. O órgão também entendeu que o empreendimento não arrefece a concorrência no mercado de distribuição, e que a estrutura de governança proposta endereça de maneira satisfatória as preocupações concorrenciais. A aprovação pela Superintendência-Geral do Cade é definitiva, caso a decisão não seja levada ao tribunal por um dos conselheiros. Empresas afetadas também podem recorrer.
Fonte: Eixos
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