Com uma capacidade para atingir 0,5 GW (ou 500 MW, o que seria em torno de 5% de toda a potência instalada gaúcha de produção de energia elétrica), o Rio Grande do Sul encontra-se no oitavo lugar do ranking brasileiro, dividindo a colocação com o Mato Grosso, dos estados que praticam a cogeração. A atividade consiste em aproveitar um mesmo combustível (como gás natural, biogás ou biomassas) para produzir mais de uma forma de energia (por exemplo, térmica e elétrica). Entre os estados que mais desenvolvem essa iniciativa atualmente no País estão São Paulo (7,9 GW), Mato Grosso do Sul (2,5 GW) e Minas Gerais (2,1 GW). De acordo com dados da Cogen, o Brasil alcançou neste ano a marca de cerca de 21,9 GW de potência instalada nessa modalidade. A maior parte dessa produção é feita a partir da biomassa (matéria orgânica), especialmente, por meio da cana-de-açúcar. Particularmente no Rio Grande do Sul, o presidente executivo da Cogen, Newton Duarte, vê muita potencialidade na cadeia florestal, com as culturas de eucaliptos e pinus. Ele também observa espaço para o crescimento do biogás e do biometano (biogás purificado) através de resíduos sólidos urbanos e com dejetos de produções de segmentos do agronegócio como a suinocultura.
No dia 26 de junho, a Cogen promove o 5o evento Cogen Sul – Desafios e Oportunidades para o Mercado de Cogeração de Energia. O encontro, que acontecerá na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre, abordará a cadeia produtiva do gás natural, biometano, biogás e cogeração na Região Sul. A iniciativa reunirá para debates representantes de empresas e especialistas em assuntos regulatórios, comercialização, tecnologia, perspectivas e inovação. Duarte adianta que uma das questões que será abordada é a disponibilidade de suprimento de gás natural no Rio Grande do Sul. O presidente executivo da Cogen destaca que o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), que abastece o Estado, sofre uma espécie de efeito “funil”. Ou seja, ele acaba chegando em território gaúcho com uma capacidade inferior ao que registra quando passa por outras regiões do País. “Ele (gasoduto) não entrega o gás que os gaúchos precisam, que recebem menos desse combustível do que gostariam”, enfatiza o dirigente. Duarte reforça que se trata de um tema preocupante, já que causa escassez de gás natural, principalmente, para o setor industrial. Uma opção para atenuar essa dificuldade, segundo o representante da Cogen, é por meio do aumento da produção local de biometano.
Fonte: Jornal do Comércio (RS)
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