As transportadoras de gás natural se preparam para lançar uma plataforma eletrônica de comercialização de molécula, voltada para o mercado em geral. Será o próximo passo da Plataforma Eletrônica de Gás (PEG), que começa a rodar este mês uma nova versão, inicialmente voltada para compra e venda de gás para fins operacionais dos transportadores. A plataforma foi desenvolvida em parceria pela Nova Transportadora do Sudeste (NTS), Transportadora Associada de Gás (TAG) e Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e ficará disponível dentro do Portal de Oferta de Capacidade (POC) – uma espécie de marketplace para contratação de capacidade nos gasodutos de transporte. A PEG nasceu em 2023, como uma espécie de “classificados”, voltada inicialmente apenas para registro das ofertas e demandas das transportadoras – a compra e venda do gás, em si, se dava fora do ambiente da plataforma. Agora, evolui para um sistema que permitirá todo o processo de compra e venda. Dentro da plataforma serão apresentadas as propostas comerciais, com preços, quantidades e formas de entrega e/ou retirada, por meio de processos concorrenciais das transportadoras. O próximo passo será permitir que a comercialização de gás entre agentes, sem que a transportadora seja, necessariamente, a contraparte. “É onde queremos que a PEG chegue: que não tenha só os transportadores ofertando, que seja uma plataforma para o mercado”, disse a analista Comercial da NTS, Andressa Litza, durante o lançamento da nova versão da PEG, nesta quinta-feira (10). As transportadoras esperam lançar a plataforma de comercialização “em breve”.
Decreto abre as portas para nova plataforma
As transportadoras se amparam no decreto 12.153/2024, que as autoriza a desenvolver uma plataforma de negociação, balanceamento e comercialização de gás natural durante o período de transição, até que sejam concluídas as ações regulatórias para atingimento da liquidez do mercado. O custo de desenvolvimento e manutenção da plataforma poderá ser incorporado na tarifa de transporte, a critério da ANP. Até então, pela regulação, as transportadoras tinham permissão para compra e venda de gás apenas nas quantidades necessárias para seus fins operacionais: Gás de Uso do Sistema (GUS), balanceamento e linepack (formação e manutenção do empacotamento necessário para a prestação do serviço). O movimento acontece num momento em que o mercado spot de gás natural começa a ganhar tração e em que um grupo de empresários começa a desenhar a criação da Bolsa Brasileira de Gás Natural e Biometano (BBGB). O projeto está sendo estruturado de forma faseada: a ideia é criar uma plataforma eletrônica de marketplace, para centralizar operações de compra e venda de molécula no mercado de curto prazo num primeiro momento. No futuro, com o gradual amadurecimento do mercado, o plano é que a plataforma também reúna soluções mais sofisticadas, como instrumentos de hedge e derivativos.
Fonte: Eixos
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