A Eneva vai elevar em 50% a produção de gás natural liquefeito (GNL) no Complexo Parnaíba, no Maranhão. A empresa instalará um terceiro terminal para transformar gás natural em líquido e acondicioná-lo em carretas. Em março, a empresa decidiu pela nova unidade e firmou em junho um acordo com a chinesa Furui para fornecer equipamentos e serviços avançados. O negócio consolida a atuação da Furui no mercado brasileiro de GNL, onde atua desde 2017. O complexo da Eneva possui dois terminais com capacidade de 600 mil metros cúbicos por dia (m3 /dia). Com a expansão, terá capacidade de processar 900 mil m3 /dia. O novo terminal deve entrar em operação até 2027. A Eneva decidiu ampliar o terminal devido ao potencial de descarbonização do transporte pesado com a substituição do óleo diesel pelo gás natural. Os valores dos investimentos não foram revelados.
O Complexo Parnaíba reúne quatro térmicas que usam gás natural dos campos próximos ao parque de usinas. Esse modelo é chamado de “gas-to-wire”. A Eneva entrou na venda de gás natural transportado por carretas em estado líquido e regaseificado no destino (“small scale”) a partir da produção de Parnaíba. O modelo é ideal para locais sem rede de gás. Em 2023, a Eneva firmou dois contratos de suprimento de gás natural, um com a Suzano e outro com a Vale. A empresa tem uma joint venture com a VirtuGNL para a gestão da cadeia de “small scale”, que inclui fornecimento das carretas de transporte de GNL e pontos de abastecimento. “Com a terceira unidade, a comercialização de gás ‘off-grid’ [fora da malha de gasodutos] vai ficar mais relevante na companhia”, disse Marcelo Lopes, diretor de marketing, comercialização e novos negócios da Eneva. Segundo Lopes, entre a decisão e a operação de um terminal de GNL há um prazo de dois anos.
Estudos de mercado da companhia projetam aumento do uso de gás pela frota pesada. Há espaço para a construção de um quarto terminal de GNL, tão logo o mercado indique a necessidade de nova expansão. “É a demanda que vai sinalizando”, disse Lopes. Em paralelo, a VirtuGNL firmou contratos para atender grandes clientes, comprou caminhões e está instalando postos de abastecimento. José de Moura Jr, fundador e presidente da VirtuGNL, afirmou que o GNL permite redução de 20% nas emissões de CO2 no transporte de carga. “A transição energética do transporte de carga de longa distância passa pelo GNL e pela garantia firme do gás na sazonalidade do biogás, que ainda está longe das redes de distribuição”, disse Moura. O presidente do conselho de administração do Grupo Furui, Huang Feng, disse que a empresa observou um enorme potencial para aplicações de gás natural e GNL em todo o país à medida que se familiarizou com o mercado brasileiro. Além do mercado de gás natural, a Furui atua nos segmentos de biogás e aterros sanitários, EUA ordenam envio de mais um navio de guerra e de submarino nuclear para perto da costa da Venezuela entre outros. “A Furui tem acompanhado de perto o desenvolvimento da indústria de gás natural do país e as políticas relacionadas”, disse Feng.
Fonte: Valor Econômico
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