O professor de direito da FGV Carlos Ragazzo disse ao Poder360 que o fracionamento de gás aumenta as chances de as empresas distribuidoras deixarem de cumprir exigências de segurança que encarecem o processo de envasar e vender o GLP. “Quando você enche um botijão, quanto maior o volume, mais você está diluindo o custo fixo daquele determinado botijão. Se encher menos, esse botijão vai custar mais caro. Então haverá um player menor, com custo mais alto. Como ele vai competir? Ele vai deixar de cumprir alguma coisa. Vai deixar de cumprir alguns requisitos de segurança, vai deixar de pagar imposto. Ele pode roubar caminhões para ter acesso ao GLP mais barato ou não encher o botijão conforme o total pago”. O fracionamento de gás passou a ser adotado recentemente em algumas regiões do país, principalmente para ampliar o acesso do consumidor residencial e de pequenos negócios a volumes menores de GLP. A medida foi implementada por revendedores autorizados, seguindo regulamentações que permitem a venda de gás em frações de botijões ou cilindros, com o objetivo de reduzir desperdícios e facilitar a distribuição. O professor afirma que além da segurança nas indústrias e do custo aos produtores, o fracionamento também “abre portas” para que o crime organizado se infiltre no setor. “O gás fracionado não coloca um player mais eficiente no mercado, ele coloca um player que tem custos mais altos. Se esse sujeito tentar competir, ele vai ter incentivo para tentar buscar alternativas de redução de preço. Há um incentivo muito grande para ele não agir de forma correta”, declarou.
Fonte: Poder 360 / Liquid Gas Week
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