A petroleira independente PetroReconcavo e a distribuidora de gás natural GNLink viabilizaram uma unidade de liquefação e compressão de gás natural no Rio Grande do Norte, voltada para clientes que não têm acesso ao insumo via gasodutos. As obras do terminal da GNLink, localizado em Assú, estão concluídas, com capacidade para processar 100 mil m3 /dia de gás, fornecido pela PetroReconcavo. A instalação recebeu investimentos de R$ 125 milhões. A planta obteve a licença de operação pelo Idema, órgão ambiental do Rio Grande do Norte, e agora aguarda a autorização da ANP para operar. No momento, a unidade está em fase de testes pré-operacionais (comissionamento). Os investimentos no terminal foram realizados com recursos da GNLink, mas aguardam a liberação de financiamento do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Procurado, o banco afirmou que não pode comentar eventuais operações em análise ou tramitação, em respeito ao sigilo bancário previsto em lei. O contrato entre a GNLink e a PetroReconcavo tem duração de dez anos e inclui liquefação, compressão, armazenamento, transporte e regaseificação do gás, produzido pelos campos do Polo Sabiá, que fica ao lado do terminal. O gás será transportado por carretas até a rede da distribuidora Potigás ou a clientes livres, onde será regaseificado para consumo. A unidade de GNL tem potencial de atender clientes em um raio de 1 mil quilômetros, em cidades do Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Maranhão, entre outros Estados, e está alinhada às estratégias das duas empresas.
De acordo com o presidente da GNLink, Marcelo Rodrigues, o projeto consolida o modelo de negócios da empresa, que visa a criar demandas pelo gás natural em regiões onde não há infraestrutura de transporte. Rodrigues conta que o modelo de negócios não compete com as distribuidoras dos Estados, mas complementa a atuação, levando o gás por meio de caminhões para regiões sem gasodutos ou que possuam redes locais – além de trazer nova alternativa para monetização do gás. “Nossa estratégia é levar gás natural para onde não tem. A distribuidora não nos encara como concorrente, mas como um parceiro para antecipar a chegada do gás”, disse Rodrigues Luís José Firmo, presidente da PetroReconcavo, afirmou que a parceria com a GNLink traz mais uma alternativa para monetização do gás produzido no Rio Grande do Norte e permite diversificação de receitas. Os 100 mil m3 /dia que serão fornecidos à GNLink correspondem a 15% da produção da companhia no Estado, de 700 mil m3 /dia. “Temos uma excelente oportunidade de escoar nosso gás em um projeto que está alinhado com nossa busca por novas demandas. O ganho primário que temos é a monetização do gás em condições competitivas, abraçado com resiliência operacional”, disse Firmo.
O gás que será fornecido é “seco”, sem necessidade de tratamento pela unidade de processamento de gás natural (UPGN) em Guamaré, diz João Vitor Moreira, vice-presidente comercial e de novos negócios da PetroReconcavo. Para o executivo, o contrato abre espaço, inclusive, para substituição de outros energéticos. “Começamos a ver, por exemplo, montadoras de veículos pesados fabricarem caminhões movidos a GNL. Isso traz capacidade de reduzir custos”, disse Moreira. Além da unidade no Rio Grande do Norte, a GNLink tem uma planta em Itabuna, na Bahia, e uma terceira instalada em Barra Bonita, no Paraná. As duas unidades também têm capacidade de processar 100 mil m3 /dia. Com a planta em Assú, a GNLink encerra um primeiro ciclo de investimentos e totaliza capacidade de processar 300 mil m3 /dia. Agora, diz Rodrigues, a empresa iniciará um segundo ciclo de investimentos para dobrar essa capacidade, com foco no Sudeste e no Centro-Oeste, também em regiões não atendidas por gasodutos.
Fonte: Valor Econômico
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