“Vamos buscar parcerias para aumentar a participação da produção de gás natural no Brasil”, disse à Folha Pedro Parente, presidente da Petrobras, depois de ter falado sobre o tema em um painel em Davos, na terça (23).
Os campos do Brasil têm 80% de petróleo e 20% de gás natural, geralmente associado. O plano, ainda sem números definidos, é alterar essa composição e produzir também no exterior.
“Na transição para a economia de baixo carbono, uma das questões, que inclusive está apontada no planejamento estratégico da companhia, é a matriz energética. O gás é considerado combustível de transição, e, sob o ponto de vista estratégico, temos de aumentar a participação dele na nossa matriz.”
Para Parente, parece ser inevitável rever a distribuição geográfica da companhia.
“Se continuarmos só operando no Brasil, não vamos atender a esse comando estratégico. Há parcerias já assinadas, mas também ainda não se tem clareza de que países possam compor com a empresa”, disse. “Não creio que seja o caso de inverter [o mix], mas aumentar de forma que passe a ser mais equilibrada [a participação dos dois].”
Investidores e altos executivos das maiores petroleiras com que o presidente da Petrobras tem se reunido questionam o executivo sobre o que consideram aspectos de instabilidade do país.
“Como o setor é de investimentos de longo prazo, vejo mais como uma necessidade do negócio deles de estarem informados do que propriamente uma preocupação de ‘vou sair do Brasil’. Não, não tem nada disso”, disse.
Além de participar de um painel e de um evento da Bloomberg, Parente esteve em reuniões com os principais dirigentes mundiais das empresas de energia Engie, Repsol e Total. À noite, um jantar reuniu representantes da indústria de óleo e gás.
Fonte: Folha de SPaulo
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