Há pouco mais de um mês no comando da Petrobras, Ivan Monteiro defendeu, em entrevista ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, a adoção de mecanismo que suavize as flutuações nos preços dos combustíveis. Esse mecanismo poderia ser um imposto, que aumentaria automaticamente quando o preço estivesse baixo ou diminuiria na hipótese contrária. Isso evitaria reajustes elevados e abruptos, como os que ocorreram nos últimos meses devido à alta do petróleo no mercado internacional.
Uma outra possibilidade seria a criação de um fundo de estabilização. “No Chile, quando o preço do cobre está muito alto, eles utilizam uma espécie de fundo de estabilização. Quando o preço está mais baixo, usam o dinheiro desse fundo para que a atividade econômica como um todo tenha uma certa estabilidade”, disse Monteiro. “Outros mecanismos no mundo tratam disso via tributos. Isso amortece os efeitos que incomodam o consumidor”.
A política que atrelou os preços dos combustíveis à variação do petróleo lá fora motivou a greve dos caminhoneiros, que parou o país por 11 dias, causando enormes prejuízos à atividade econômica e que resultou na demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras. Monteiro afirmou que não se deve voltar ao passado, quando os preços foram mantidos artificialmente baixos, causando perdas à estatal.
“O resultado disso foi um desastre para a Petrobras”, sustentou. “Ao praticar preços artificiais, não necessariamente se gera o benefício que se espera. Foi o contrário. Quando os preços foram liberados, a inflação veio para baixo de 3%”. Ele explicou, também, que manter os preços artificialmente baixos impediria a estatal de desenvolver a exploração do pré-sal.
Monteiro disse que a Petrobras criou um “bom mecanismo” para a política de preços do GLP, cujos reajustes passaram de mensais a trimestrais e atrelados a uma média móvel.
Fonte: Valor Econômico
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