Um antigo anseio dos empreendedores do setor de biocombustível no Estado deve, em breve, se tornar realidade. Conforme a secretária de Minas e Energia, Susana Kakuta, a estatal gaúcha Sulgás deverá abrir, em agosto, uma chamada pública para contratar 10 mil metros cúbicos ao dia de gás biometano (biogás purificado, feito a partir de matéria orgânica, como dejetos de animais ou resíduos de vegetais).
Inicialmente, a expectativa era de que a companhia lançasse a licitação em 2016, para adquirir 200 mil metros cúbicos ao dia de biometano. O produto pode ser aproveitado como combustível de veículos ou para a geração térmica ou elétrica, substituindo o gás natural de origem fóssil.
Atualmente, a capacidade do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) para atender ao Estado é de, aproximadamente, 2,8 milhões de metros cúbicos de gás natural ao dia, e o consumo dos gaúchos é de cerca de 2 milhões de metros cúbicos diários.
Susana ressalta que é vantajosa para o Estado, estrategicamente e com a geração de impostos, a produção local de gás. O diretor de Planejamento e Programas da Secretaria de Minas e Energia, José Francisco Braga, enfatiza que o biogás não é algo novo, e sim milenar no planeta. O dirigente comenta que o biocombustível, proveniente de dejetos de cabras, já era aproveitado pelos indianos antes de Cristo. De acordo com dados do governo gaúcho, existe a perspectiva de que seja possível a produção de até 2,5 milhões de metros cúbicos ao dia de biometano no Rio Grande do Sul.
A secretária e Braga participaram ontem da reunião do Comitê de Planejamento Energético do Rio Grande do Sul (Copergs), que tem como função coordenar os planos desenvolvidos na área de energia no Estado. Na ocasião, Susana foi escolhida como nova presidente do comitê, cargo que, anteriormente, era ocupado pelo ex-secretário de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior.
Durante o encontro, foi mencionado que o projeto da usina Ouro Negro de 600 MW (cerca de 15% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul), situado no município de Pedras Altas, poderá participar do próximo leilão de energia, que será disputado em agosto. Também foi comentado que o atlas solarimétrico gaúcho, que apontará as melhores regiões do Estado para a geração de energia solar, deverá ser concluído no segundo semestre deste ano.
Fonte: Jornal do Comércio (RS)
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