A British Petroleum (BP) comprará a maior parte da unidade de petróleo e gás onshore dos Estados Unidos da BHP Billiton, por US$ 10,5 bilhões, num movimento de reconstrução da petroleira britânica nos Estados Unidos após o desastre da explosão da plataforma Deepwater Horizon, ao mesmo tempo em que a BHP sai de um negócio que ela considera um investimento caro e mal planejado.
A venda acelera a renovação de ativos entre empresas globais de energia, com os preços do petróleo subindo para níveis não vistos desde 2014. A Chesapeake Energy informou nesta quinta-feira que está vendendo campos de petróleo e gás em Ohio por US $2 bilhões, enquanto a Royal Dutch Shell completou o programa de venda de ativos de US$ 30 bilhões iniciado após a aquisição do BG Group por US$ 50 bilhões em 2016.
O acordo é um marco importante para a BP, que está no meio de um plano de crescimento ambicioso, após anos de retração provocada pela explosão fatal ocorrida no Golfo do México em 2010.
A aquisição dará à gigante petrolífera britânica acesso a algumas das áreas mais cobiçadas do ‘shale gas’ (xisto) dos Estados Unidos. Grandes empresas petrolíferas têm historicamente se concentrado mais em projetos offshore gigantescos, mas estão cada vez mais colocando dinheiro em empreendimentos de xisto que começam a produzir e a gerar dinheiro rapidamente.
Em um segundo acordo, a BHP anunciou que venderia seu negócio de xisto de Fayetteville, no Arkansas, para a Merit Energy Co., em um acordo de US $ 300 milhões.
“A venda de nossos ativos onshore nos EUA é consistente com nosso plano de longo prazo de continuar a simplificar e fortalecer nosso portfólio para gerar valor para os acionistas e retornos nas próximas décadas”, disse o diretor-presidente da BHP, Andrew Mackenzie. A maior mineradora do mundo em valor de mercado disse que pretende devolver o produto da venda aos acionistas, porque a dívida líquida está na parte mais baixa de uma faixa-alvo.
A BHP disse que ambos os acordos precisam ser aprovados pelos reguladores. A empresa espera concluí-los até o fim de outubro, mas o direito a lucros será transferido a partir de 1º de julho.
O presidente-executivo da BP, Bob Dudley, descreveu o acordo como uma transformação para o negócio de xisto da empresa e um passo importante para cumprir a estratégia de crescimento da BP.
Fonte: Valor Online