A Petrobras terminou o quarto trimestre de 2018 com lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 2,1 bilhões, depois de um prejuízo de R$ 5,477 bilhões apurado no mesmo intervalo do ano anterior.
Com isso, a companhia encerrou 2018 com lucro de R$ 25,779 bilhões, primeiro resultado anual positivo desde 2013, antes do início da Operação Lava-Jato. Em 2017, a companhia teve prejuízo de R$ 446 milhões.
A receita da estatal somou R$ 92,72 bilhões no trimestre, alta de 21,2%, ante a receita de R$ 76,5 bilhões do mesmo intervalo de 2017.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado teve aumento de 124,5% no trimestre, para R$ 29,16 bilhões, ante os R$ 12,986 bilhões obtidos no mesmo intervalo do ano anterior.
A receita da petroleira somou R$ 349,8 bilhões no ano passado, crescimento de 23%. O Ebitda ajustado, na mesma base de comparação, subiu 50%, para R$ 114,8 bilhões.
A Petrobras investiu R$ 9 bilhões no quarto trimestre de 2018, queda de 30,6% na comparação anual.
Desde 2016, a companhia vem apresentando cortes em seu Plano de Negócios e Gestão, para se adequar aos patamares de câmbio e do preço do petróleo. O plano de negócios do período de 2019 a 2023 prevê investimentos de US$ 84,1 bilhões.
Em 2018, os investimentos somaram R$ 41,2 bilhões, queda de 2,8% ante o investido em 2017, montante que chegou a R$ 42,4 bilhões.
O endividamento líquido da Petrobras chegou a R$ 268,8 bilhões ao fim de dezembro do ano passado, queda de 7,9% ante o endividamento do fim de setembro, de R$ 291,8 bilhões. No fim de 2017, a cifra era de R$ 280,75 bilhões.
Com isso, a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) chegou a 2,34 vezes, ante 2,96 vezes no fim de setembro e 3,67 vezes em dezembro de 2017.
Nesse patamar, a companhia cumpriu sua meta de atingir uma alavancagem inferior a 2,5 vezes até o fim do ano passado.
Em dólares, a dívida líquida da estatal, atingiu US$ 69,4 bilhões, ante US$ 84,8 bilhões em 2017, queda de 18%.
Caixa
A geração de caixa operacional da Petrobras somou R$ 26,1 bilhões no quarto trimestre de 2018, alta de 33,4% na
comparação anual. Ao fim de dezembro, a Petrobras tinha R$ 58 bilhões em caixa, ante R$ 74,5 bilhões no fim de 2017.
Em 2018, a geração de caixa operacional somou R$ 95,846 bilhões, aumento de 10,9%.
O resultado financeiro líquido da companhia foi negativo em R$ 5,3 bilhões no trimestre, refletindo receitas financeiras da ordem de R$ 3,7 bilhões e despesas de R$ 4,9 bilhões, além do efeito de câmbio, de R$ 4,1 milhões.
No quarto trimestre de 2017, o resultado financeiro tinha vindo negativo em R$ 7,598 bilhões.
Exploração e produção A área de exploração e produção (E&P) da Petrobras fechou o quarto trimestre do ano passado com lucro de R$ 8,734 bilhões, uma alta de 27,9% ante o quarto trimestre de 2017. No ano, o E&P teve lucro de R$ 44,196 bilhões, uma alta de 97% ante 2017.
Entre outubro e dezembro do ano passado, a produção de óleo e LGN no Brasil foi de 2,115 milhões de barris/dia, queda de 3,9% ante o quarto trimestre do ano anterior. No ano de 2018, a produção de óleo e LGN foi de 2,099 milhões de barris/dia, queda de 5% ante 2017.
Refino
A área de refino, transporte e comercialização fechou o quarto trimestre do ano passado com prejuízo de R$ 3,32 bilhões, revertendo lucro de igual período de 2017. No ano, o refino teve lucro de R$ 8,405 bilhões, uma queda de 38% ante 2017.
No quarto trimestre de 2018, a produção de derivados no Brasil foi de 1,736 milhão de barris por dia, queda de 3,28% ante igual período do ano anterior. No ano passado, a produção de derivados no país foi de 1,764 milhão de barris diários, baixa de 2% ante 2017.
Gás e energia
A área de gás e energia da Petrobras fechou o quarto trimestre do ano passado com lucro de R$ 1,765 bilhão, revertendo prejuízo do quarto trimestre de 2017. No ano, o gás e energia teve lucro de R$ 1,709 bilhão, uma queda de 72% ante 2017.
Importação
A importação de petróleo e derivados pela empresa subiu 61,2% no quarto trimestre do ano passado, ante igual período de 2017, para 424 mil barris por dia. No ano, a importação de óleo e derivados foi de 349 mil barris diários, uma alta de 13% ante 2017.
Já a exportação de óleo e derivados pela estatal subiu 16,3% no quarto trimestre do ano passado, ante igual período de 2017, para 640 mil barris por dia. No ano, a exportação de óleo e derivados foi de 606 mil barris por dia, uma baixa de 9% ante 2017.
No caso do óleo diesel, que contou com o programa de subvenção econômica encerrado no fim do quarto trimestre, as importações do produto pela estatal subiram mais de 30 vezes no quarto trimestre, passando de 3 mil barris por dia nos três últimos meses de 2017 para 94 mil barris diários em igual período do ano passado. No acumulado de 2018, as importações de diesel foram de 59 mil barris por dia, 392% a mais que em 2017.
O volume de vendas de derivados pela estatal subiu 4,9% no quarto trimestre do ano passado, ante igual período de 2017, para 1,848 milhão de barris por dia. No ano, o volume de vendas de derivados foi de 1,808 milhão de barris por dia, uma baixa de 1% ante 2017.
Extração
O custo de extração (lifting cost) de petróleo da empresa no Brasil, já contando as participações governamentais, subiu 7,9% no quarto trimestre do ano passado ante igual período de 2017, para US$ 23,77 por barril. No ano, o custo médio de extração da empresa no Brasil, incluindo as participações governamentais, foi de US$ 24,39 por barril, uma alta de 19% ante 2017.
Já o custo de extração no Brasil sem as participações governamentais caiu 9,2% no quarto trimestre do ano passado na comparação com igual período de 2017, para US$ 10,24 por barril. No ano, esse custo sem as participações governamentais foi de US$ 10,90, queda de 3% ante 2017.
Fonte: Valor Online
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