A Bolivía pretende ampliar em 4 milhões de m³/dia sua oferta de gás natural ao Brasil e à Argentina. Para isso, o país vizinho conta com a atuação mais firme da estatal YPFB, que pretende perfurar mais 26 poços só neste ano, segundo informou o presidente boliviano, Evo Morales. A expectativa é que a campanha exploratória prevista deve contribuir para duplicar as reservas de gás do país, passando de 10,7 trilhões de pés cúbicos (TCF) para 20 TCF até 2025. Com isso, o mercado interno poderia ser abastecido por, pelo menos, mais 30 anos.
Os 26 poços serão perfurados em 23 áreas, incluindo Beni, Pando, La Paz e Cochabamba. Ainda estão em andamento os investimentos de US$ 900 milhões em atividades de exploração realizadas pela petroleiras Shell, Repsol, PAE e as estatais YPFB Andina e YPFB Chaco.
Este esforço é parte de estratégia do governo da Bolívia para manter o interesse dos mercados vizinhos no gás boliviano, principalmente com o Brasil. Os dois países negociam a renovação dos contratos de fornecimento de gás para o mercado brasileiro. A estimativa é que os novos volumes a serem contratados pela Petrobras sejam menores dos que o contratado atualmente, de 30 milhões de m³/dia para 20 milhões de m³/dia. Há ainda a possibilidade de que 10 milhões de m³/dia sejam contratados por meio de compra direta pelas distribuidoras de gás.
Em dezembro, a Bolívia produziu cerca de 37 milhões de m³/dia, de acordo com dados do Ministério de Minas e Energia. Como o consumo interno do país vizinho é considerado pequeno – em torno de 10 milhões de m³/dia –, o restante foi destinado ao Brasil e à Argentina. No fim de 2018, o Brasil trouxe apenas 13,4 milhões de m³/dia, metade do que os contratos preveem. Já para a Argentina, foram destinados 8,8 milhões de m³/dia.
Fonte: Brasil Energia
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