A redução do custo de energia a partir do esforço do governo em realizar a abertura do mercado de gás natural do país deve ser percebida de forma geral a partir de 2025, afirmou o secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros. Segundo ele, esse período se deve à entrada em operação prevista de novas térmicas a gás natural que deverão ser contratadas no leilão “A-6” deste ano, previsto para 26 de setembro.
“Na hora em que substituirmos térmicas que hoje estão na faixa de R$ 800 [por megawatt-hora (MWh)] por térmicas a R$ 250/MWh, naturalmente você vai ter uma redução no [custo do] despacho térmico. Isso vai direto na conta do consumidor”, afirmou o secretário. “Quando fizermos o próximo leilão A-6, contratando térmicas a gás natural em substituição às térmicas a óleo [combustível, que serão descontratadas em 2023], daqui a cinco anos você tem [uma redução na tarifa]”, completou ele, em entrevista a jornalistas após participar de evento sobre energia, no Rio.
O leilão A-6 contratará energia de novos empreendimentos com início de fornecimento previsto para daqui a seis anos (2025).
Segundo Barros, o novo desenho proposto pelo governo para o mercado de gás natural no Brasil deve ser apresentado em junho. O secretário afirmou que não tem como precisar que a redução do custo de energia a partir da diminuição do custo do gás, devido à abertura do mercado, chegará aos 50% projetados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista recente.
“A estrutura tarifária tem uma componente de energia, uma de tributos e encargos e uma de remuneração da distribuidora. A parte de energia representa entre 30% a 39%”, explicou. Barros defendeu a necessidade de realização de um amplo diagnóstico adequado da tarifa de energia brasileira, porque, segundo ele, há espaço para melhorias nas questões de planejamento e operação do sistema elétrico e em questões regulatórias.
“O que fica muito claro e importante hoje é que todos nós estamos conscientes de que a tarifa como está não deve continuar. Está caríssima”, disse Barros. “É importante que haja o diagnóstico adequado e ações no sentido de reduzir essa tarifa, não só para o [consumidor] residencial mais simples, mas precisamos voltar a ter nossas indústrias competitivas”, concluiu. Barros afirmou ainda que a redução no preço da energia não é diretamente proporcional à diminuição esperada do custo do gás natural com a abertura do mercado do energético. Ele, no entanto, reafirmou que haverá de fato uma queda no custo de energia, principalmente para a indústria, a partir do processo de abertura do mercado do gás.
Fonte: Valor Online
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