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Engie avalia projetos de estocagem de gás

Empresa estuda, em conjunto com ANP e Petrobras, possíveis locais que possam servir para armazenar insumo

A Engie aposta na abertura do mercado de gás natural brasileiro para expandir negócios no país. Após a aquisição de 90% da TAG, anunciada na semana passada, a empresa francesa quer estender sua atuação para além do transporte do insumo e, para isso, já está seu radar projetos de estocagem de gás. A companhia vem desenvolvendo, em parceria com a Petrobras e a ANP, mapeamento de possíveis locais que possam servir para estocagem a partir de campos depletados para, em seguida, definir o melhor modelo a ser utilizado.

A operação é considerada uma alternativa importante para o balanceamento da oferta do insumo, o que pode contribuir para dar maior confiabilidade ao despacho de termelétricas no Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo explicou Emmanuel Delfosse, diretor da área de gás natural e infraestrutura da Engie. A lógica de utilização seria utilizar a solução para armazenar o gás para uso, principalmente, no período seco, quando as hidrelétricas estão com os níveis dos reservatórios baixos.

A estocagem de gás natural já vem sendo estudada pela EPE, que avalia a forma mais viável de fazer com que a operação seja compatível com o mercado nacional, do ponto de vista do balanceamento da oferta. Atualmente, existem três formas de estocagem: depletados, aquíferos e salinos. O mais utilizado no mundo é o depletado por se tratar de um reservatório em fim de vida útil do ponto de vista da produção. Além disso, é o que oferece o maior número de informações do ponto de vista geológico, graças aos dados sísmicos já disponíveis e arquivados.

Na Europa, o recurso é amplamente utilizado, principalmente no inverno, quando há alta demanda pelo insumo para calefação. A França, país de origem da Engie, por exemplo, 20% do consumo anual de gás é proveniente do volume estocado em reservatórios.

E não é só. A Engie negocia ainda participação com a Golar Power na construção de um terminal de GNL em São Francisco do Sul, para abastecer a termelétrica e também todo o mercado do Sul do país. O interesse da empresa no projeto tem relação com a oportunidade de crescimento das energias nos próximos anos, devido à intermitência dessas fontes.

As termelétricas movidas a gás, neste caso, ganham relevância, pois podem suprir a demanda de energia quando as usinas renováveis não puderem atender ao SIN. Esse cenário cria necessidade de uma disponibilidade maior de geração de energia na base e as térmicas a gás podem ser essa alternativa, avalia Gustavo Labanca, diretor de Desenvolvimento de Negócios da companhia.

De fato, o governo tem visto as térmicas a gás não só como solução para geração de energia na base, mas também para reduzir o preço da energia ao entrar no lugar de termelétricas que utilizam óleo combustível e diesel. Para que isso ocorra, no entanto, é preciso que o governo promova a abertura do mercado de gás natural no país a fim de estimular a concorrência no setor.

Distribuidoras

Labanca afirma que a Engie está atenta ao mercado e avalia a aquisição, no médio prazo, de possíveis distribuidoras de gás no Brasil. Atualmente, diz ele, existem oito empresas com chance de serem privatizadas junto ao BNDES. Entre elas estão a MSGás e a Copergás que iniciaram seu processo de venda.

Apesar do apetite, por enquanto, o foco da empresa francesa é concluir a compra da TAG. Segundo o diretor, a expectativa é concluir a operação até o fim deste mês.

 

Fonte: Brasil Energia

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