O presidente da CDGN Logística, Luciano Vilas Boas Jr., defendeu nesta terça-feira, 14, a utilização do gás natural para transporte público como uma das soluções para ajudar a implantar novas tecnologias na mobilidade com redução de emissão de carbono. Vilas Boas Jr. participou do primeiro encontro da série Diálogos da Transição, produzida pela epbr em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), no Rio de Janeiro.
Para o executivo, o país precisa aproveitar o gás em grande quantidade, principalmente depois das descobertas do pré-sal, e fazer como grandes cidades do mundo, como na Espanha e nos EUA, que usam gás natural no transporte público. Há muito espaço para o energético entrar na matriz de transporte, sobretudo por conta do custo da eletrificação da frota.
“Os países que tiveram sucesso, ou pelo menos têm tido sucesso, na mudança para veículos elétricos têm tido incentivos pesados. Entretanto, aqui no Brasil – e principalmente no momento econômico que a gente vive – é difícil imaginar uma política tão agressiva de subsídios”, comentou.
O presidente da CDGN Logística afirmou também que já a Scania (fabricante de caminhões) está lançando no Brasil veículo a gás natural de grande porte. “Tem algumas empresas de São Paulo que estão começando um projeto para corredores com baixa emissão usando gás natural. E também em São Paulo tem um projeto piloto usando biometano”, diz.
Ana Carolina Szklo, Diretora de Desenvolvimento Institucional (CEBDS) Luciano Vilas Boas Jr., representante da CDGN Logística Thiago Barral, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)
Luciano Vilas Boas Jr. (CDGN Logística), Thiago Barral (EPE) e Ana Carolina Szklo (CEBDS)
Estímulos à produção de gás
Vilas Boas Jr. citou um estudo da Abiogás que aponta para um potencial de produção de biogás da ordem de 65 milhões de m³/dia no Brasil a partir de resíduos de cana-de-açúcar e vinhaça, o que seria suficiente para abastecer a demanda industrial de gás.
“A gente trabalha hoje não só com gás natural, mas com a produção de biometano e a intercambialidade desses combustíveis cria uma potencialidade gigantesca, ainda mais quando se pensa em Brasil, com a quantidade de matéria orgânica que existe disponível”, afirmou.
O executivo lembrou que projetos do setor de petróleo, como a produção no pré-sal e a venda de campos em terra da Petrobras para operadores interessados em retomar investimentos tendem a aumentar a oferta de gás no mercado – e com isso gerar oportunidades de redução na pegada de carbono fora do setor de geração de energia.
“Boa parte das discussões hoje, quando se fala em transição, ainda estão focadas na geração de energia. Mas é importante ampliar essa discussão para os setores industrial e veicular.”
Fonte: Epbr
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