Os preços do petróleo avançaram na quinta-feira (13), com a informação de que mais dois petroleiros foram atacados no Estreito de Ormuz, no Golfo do Omã. O episódio de hoje se soma aos ocorridos no mês de maio, quando quatro petroleiros foram danificados por minas nas águas dos Emirados Árabes Unidos, aumentando a instabilidade na região.
As tensões geopolíticas no Estreito de Ormuz, por onde estima-se que 30% da produção mundial de petróleo seja escoada, eleva as incertezas dos investidores sobre a oferta global de petróleo, impulsionando os preços. Os contratos futuros do Brent para agosto encerraram a quinta em alta de 2,23%, a US$ 61,31 o barril. Nas máximas do dia, os preços chegaram a avançar 5,1%. Os contratos do WTI para julho encerraram a sessão em alta de 2,22%, para US$ 52,28 o barril, após avançar 4,51% na máxima intradiária.
A alta faz com que os contratos de petróleo recuperem parte das perdas da véspera, quando as referências global (Brent) e americana (WTI) recuaram cerca de 4%, após dados de estoques nos Estados Unidos terem registrado crescimento acima da previsão de analistas.
Do lado da oferta, além das tensões geopolíticas no Oriente Médio e dos estoques elevados nos Estados Unidos, os investidores monitoram uma possível falta de comprometimento da Rússia sobre os cortes na produção de petróleo a serem realizados no segundo semestre e se as reduções vão durar até dezembro.
Os 14 membros da Opep e seus dez aliados não membros, liderados pela Rússia, conseguiram impulsionar os preços do petróleo em mais de 40% este ano até o início de abril, por meio de um acordo para cortar, pelo menos, 1,2 milhão de barris ao dia durante um período de seis meses. A próxima reunião da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), que será realizada em Viena, na Áustria, está marcada para os dias 25 e 26 de junho.
Já do lado da demanda, o acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China é o principal fator que tem contribuído para a queda nos preços da commodity. Há temores de que os reflexos das escaladas tarifárias entre os países prejudique o crescimento da economia global e, consequentemente, a demanda pelo petróleo.
Nesta quinta, a Opep cortou a projeção de crescimento da demanda global em 2019 para 1,14 milhão de barris/dia, ou 75 mil barris/dia abaixo da estimativa anterior, do relatório de maio. Segundo o cartel, a demanda global por petróleo diminuiu no mês, o que resultou em avanço dos estoques, enquanto os cortes de oferta realizados pela Arábia Saudita foram neutralizados por aumentos observados entre alguns de seus aliados na Opep, como a Nigéria, que elevou em 41 mil barris/dia a respectiva produção no mês, e o Iraque, em 95 mil barris/dia, de acordo com relatório divulgado hoje.
O corte na projeção de demanda acompanha aumento de 25 milhões de barris em abril nos estoques da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo formado essencialmente por países ricos e industrializados.
Fonte: Valor Online
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