Os contratos mais líquidos do petróleo encerraram a sessão desta segunda-feira sem direção única, próximos da estabilidade, com os preços do Brent para setembro fechando o dia em variação negativa de 0,18%, aos US$ 64,11 o barril, na ICE, em Londres, e o WTI para agosto com ganhos de 0,29%, a US$ 57,66 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
O comportamento de hoje vem à frente de uma semana movimentada de relatórios do setor, que podem responder a perguntas sobre a demanda e a produção globais, tanto dos produtores de xisto dos EUA quanto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Na última semana, a referência americana cedeu 1,64%, enquanto a referência global caiu 3,49%, O panorama energético de curto prazo da Administração de Informação de Energia dos EUA está agendado para amanhã, o relatório mensal da Opep sai na quinta-feira e o relatório mensal de petróleo da Agência Internacional de Energia (AIE) será divulgado na sexta-feira.
“Embora não busquemos grandes revisões na demanda por queda de nenhuma das fontes, acreditamos que as estimativas de crescimento da demanda de petróleo para este ano sofrerão algumas mudanças negativas à medida que este ano avança”, disseram analistas da Ritterbusch & Associates aos clientes.
“Os dados da indústria nos EUA e no exterior estão enviando sinais crescentes de uma trajetória de desaceleração do crescimento econômico na maior parte do mundo”, afirmaram.
A Opep e seus aliados, incluindo a Rússia, concordaram na semana passada em estender os cortes de produção por nove meses, em um esforço para apoiar os preços contra o enfraquecimento da demanda global. O pacto pede que os países participantes reduzam a produção em um total de 1,2 milhão de barris por dia.
No cenário geopolítico, o Irã continua aberto à diplomacia para salvar seu acordo nuclear de 2015 com as potências mundiais, mas “não há esperança” na comunidade internacional , disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país nesta segunda-feira, segundo a Associated Press, sobre a questão do acordo acerca de enriquecimento de urânio. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou hoje que o Irã está enriquecendo urânio em níveis que excedem o acordo de 2015.
“A violação do acordo por parte do Irã pode levar a Europa a impor sanções ao país também. Por exemplo, a UE poderia impor um embargo de petróleo ao Irã, como aconteceu entre 2012 e 2015 ”, disse Carsten Fritsch, analista de energia do Commerzbank.
“Isso não teria impacto direto nas exportações de petróleo iraniano, já que os europeus não compram a commodity desde o final de 2018 devido às sanções dos Estados Unidos”, diz Caroline Bain, economista-chefe de commodities da Capital Economics. “Indiretamente, no entanto, as remessas de petróleo iranianas certamente poderiam ser prejudicadas por novas sanções da UE, uma vez que, sem dúvida, elas se aplicariam também ao setor bancário e de seguros”, acrescentou.
“Nesse caso, os compradores restantes de petróleo iraniano acharão ainda mais difícil transacionar e garantir suas compras – afinal, a maioria das companhias de seguros ativas no setor de transporte marítimo está sediada em Londres.”
Fonte: Valor Econômico
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