As distribuidoras de gás do Nordeste apresentaram, em Recife, durante o Fórum dos Governadores da região um plano com um conjunto de propostas para ampliar o mercado de gás e atrair investidores para a região. O plano foi apresentado pelo presidente da CEGÁS, Hugo Figueirêdo. Estavam presentes no evento e participaram do debate das propostas os presidentes da Bahiagás, Luiz Raimundo Barreiros Gavazza, Algás, Arnóbio Cavalcanti, Copergás, André Campos e Potigás, Larissa Dantas.
Segundo Figueirêdo, as propostas foram elaboradas após uma ampla discussão entre as distribuidoras e visam otimizar a oferta de gás na região, de forma a dar consistência para essa matriz energética e criar oportunidades para que investidores de outros segmentos da economia venham para a região. O tema do gás natural foi incluído na reunião pelo secretário executivo do Consórcio dos Governadores do Nordeste, Carlos Gabas, devido sua relevância na conjuntura nacional.
As propostas servirão também de subsídios para a missão que os governadores do Nordeste farão à Europa, no período de 17 a 22 de novembro, com o objetivo de atrair investimentos para a região. Os governadores do Nordeste percorrerão 03 países (França, Itália e Alemanha), no intuito de apresentar aos governos e empresários europeus, as oportunidades de negócios da região Nordeste. Dentre essas, as oportunidades de negócios relacionados à cadeia do gás. O presidente da Algás e vice-presidente da Abegás, Arnóbio Cavalcanti, representará as distribuidoras na comitiva que irá à Europa.
A primeira proposta apresentada foi a criação de corredores azuis que possam garantir a autonomia de rodagem com Gás Natural em todos os Estados do Nordeste. Os corredores interligariam, inicialmente, São Luis (MA) a Mucuri (BA), por meio das BRs 101, 304, 116, 222, 343, 316 e 135, e Fortaleza (CE) a Vitória da Conquista (BA).
As distribuidoras entendem que os corredores vão permitir autonomia rodoviária dos caminhões à GNV nas principais estradas federais e estaduais que cruzam o Nordeste, ajudarão a desenvolver a cultura do GNV considerando sua competitividade e seu apelo ambiental e melhorarão o balanço comercial de combustíveis rodoviários, uma vez que 21% do diesel consumido no Brasil é importado e que apenas 2,5% do GN é utilizado em transporte.
A extração esperada de gás natural nos recentemente descobertos seis campos da bacia Sergipe-Alagoas é de 20 milhões m³/dia, o que pode representar em torno de 1/3 da produção atual do país e responder por todo o atual consumo no Nordeste. Esse dado fundamenta a segunda proposta apresentada, que consiste na ampliação dos mecanismos de transporte e distribuição de gás natural na região.
Neste sentido, as distribuidoras defenderam a criação de um gasoduto de transporte TMN Pecém/CE – Teresina – São Luís, integrando os estados do Piauí e Maranhão à rede nacional de transporte de gás natural, cerca de 800km em linha reta. Defendeu ainda a duplicação do duto Catu-Atalaia, para possibilitar o escoamento das bacias de Sergipe e Alagoas, e a expansão da malha de transporte da região Nordeste, visando interligação futura à malha da região Centro-Oeste e Norte. A ampliação seria complementada com a criação de novos Pontos de Entrega nos gasodutos existentes e no aumento da capacidade dos atuais Pontos de Entrega – RN-CE (Aracati/CE) e PB-RN (Santa Rita/PB).
Interiorizar o gás natural pelo Nordeste através da interligação das redes de distribuição atuais e projetadas e, quando inviável a construção de dutos, com o uso pequenas plantas de GNL foi a terceira proposta apresentada pelas distribuidoras. Segundo ele, as interconexões entre as redes de distribuição atuais e projetadas das distribuidoras permitirão a maior interiorização do gás natural pelo Nordeste.
Na prática, por exemplo, as interconexões entre os Estados permitiriam que o gás natural chegasse ao interior do Nordeste por ligações entre Juazeiro (BA) – Petrolina (PE), Crato (CE) – Exu (PE), São José da Coroa Grande (PE) – Maragogi (AL), Goiana (PE) – Caaporã (PB), Campina Grande (PB) – Caicó(RN), Propriá (SE) – Penedo (AL), Indiaroba (SE) – Jandaíra (BA), Simão Dias (SE) – Paripiranga (BA).
Por fim, as distribuidoras defenderam que os Estados realizem um mapeamento das fontes potenciais de produção de biogás, o Gás Natural Renovável (GNR). Estudos preliminares revelam que há um enorme potencial não explorado na região, a exemplo de Salvador e Feira de Santana (BA), Jaboatão dos Guararapes (PE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN), Teresina (PI), Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte e Sobral (CE).
Atualmente, o Ceará, por meio da CEGÁS, tem uma das maiores participações de GNR no volume de gás distribuido no mundo. Em países desenvolvidos como a França e o Japão, este índice é inferior a 5%. Na Suécia, o percentual é de 12%.
Figueirêdo destacou também que o uso do gás natural renovável pela CEGÁS revelou-se como uma experiência competitiva e sustentável, com impactos positivos em toda a cadeia produtiva do gás natural. “Ampliamos a segurança de suprimento e competitividade no preço, pelo aumento no número de fornecedores de Gás Natural”, disse Figueirêdo.
Fonte: CEGÁS / Comunicação
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