O consumo de gás natural totalizou 78,2 milhões de metros cúbicos diários em outubro. O volume representa alta de 10% em relação ao mesmo período de 2018, quando a demanda foi de 71,1 milhões de m³/dia. Os dados fazem parte do levantamento da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado).
Segundo dados da associação, a alta foi puxada pelo aumento na produção das usinas térmicas movidas pelo combustível devido ao período de seca. Em outubro, 36,1 milhões de m³/dia foram destinados para a geração de energia elétrica. Eis a íntegra do levantamento.
Em relação a setembro, o consumo de gás natural subiu 5,6%. Isso porque a demanda da indústria manteve-se estável em outubro em relação ao mês anterior. Foram 28,5 milhões de m³/dia, ante 28,4 no mês anterior. Eis o consumo de gás por segmento:
industrial – 28,5 milhões de m³/dia;
automotivo – 6,3 milhões de m³/dia;
residencial – 1,3 milhão de m³/dia;
comercial – 927 mil m³/dia;
geração elétrica – 36,1 milhões de m³/dia;
cogeração – 2,8 milhões de m³/dia;
matéria-prima – 481 mil de m³/dia;
outros (inclui Gás Natural Comprimido) – 1,8 milhões de m³/dia.
O avanço no consumo acontece em meio a tentativa do governo federal de abrir o setor de gás natural. Em julho, a equipe de Jair Bolsonaro lançou oficialmente o programa “Novo Mercado de Gás”. Apesar da iniciativa, o presidente da Abegás, Augusto Salomon, avalia que é necessário que as medidas avancem.
“Para que o consumo aumente significativamente é preciso que os desdobramentos do Novo Mercado de Gás aconteçam com mais efetividade, acelerando a concorrência com a inserção de novos ofertantes de molécula, estimulando o mercado livre”, afirma.
A entrada de novos agentes no setor é 1 dos objetivos do governo com o programa. Para isso, a equipe econômica incentiva a venda de ativos da Petrobras – que tem o monopólio do transporte e distribuição do combustível–, e mudanças nas regulações estaduais.
As vendas foram acordadas em um TCC com o Cade. A empresa anunciou nessa quarta-feira (11), o início do processo de venda da parcela restante na TAG. Os gasodutos no Sudeste e o Gasbol (Brasil-Bolívia) também serão ofertados.
O presidente da Abegás defende a expansão da rede de dutos brasileira, muito inferior em relação a países como Argentina e Estados Unidos. “A falta de expansão da infraestrutura cria restrições na ampliação da oferta, bem como gera insegurança aos produtores para desenvolverem seus mercados. É preciso ampliar a infraestrutura”, afirma
Fonte: Poder 360
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