O BNDES acredita que a construção de “hubs” de gás natural em águas rasas poderia ser uma solução para fomentar a exploração de campos de gás na costa brasileira, estimulando a concorrência e o aumento da produção. A proposta consta do estudo “Gás para o Desenvolvimento”.
André Pompeo, responsável pelo estudo no BNDES, afirmou que o objetivo é que o banco de fomento atue sempre de forma complementar ao setor privado no apoio aos investimentos necessários. Segundo ele, serão muito importantes as ações coordenadas para que não exista um descasamento entre oferta e demanda no setor, uma vez que, dos dois lados, os investimentos necessários são “vultosos”. Neste sentido, o BNDES atuará, segundo Pompeo, não apenas como agente financiador, mas também colaborando na estruturação de projetos, na privatização de distribuidoras e na organização de regulações estaduais.
“O desafio é trazer gás natural que hoje é reinjetado. Tem que gerar valor em toda a cadeia. Tem que trazer isso numa cadeia em que todos extraiam valor”, afirmou Pompeo, acrescentando que hoje o volume equivalente as transporte do Gasbol é reinjetado nos campos brasileiros.
Sobre o projeto para construção de hubs ao longo da costa, Pompeo explicou que a ideia é construir estruturas que permitam que diferentes empresas liguem seus campos produtores a esses hubs. A construção e operação dessas estruturas e de seus canais para escoamento até a costa ficaria a cargo de investidores cuja função seria prover esse serviço. Com a estrutura operada por terceiros, Pompeo lembra que a estrutura seria naturalmente permitida ao uso por terceiros, deixando de lado a necessidade de regras para livre acesso.
“Entendemos que haverá ganho de escala e viabilizaria vários outros campos de gás que poderiam ser conectados na estrutura. O gasto seria muito menor do que se cada uma construísse seu gasoduto”, disse Pompeo. “Com maior concorrência, preço poderia ser reduzido”, acrescentou.
O estudo do BNDES elabora ainda uma “agenda positiva” com sugestões de melhorias no ambiente de negócios; ações coordenadas por meio de articulações com as instituições públicas e privadas; sugestões de investimentos estruturantes e de novos modelos de negócios no país, provedor de financiamento de longo prazo, conjuntamente com o setor privado; e estudos e análises setoriais. Além da ampliação de estrutura de escoamento de gás para a costa, mostra formas de aumentar a rede de distribuição, de ampliar indústria e térmica e de estimular o mercado de gás natural veicular (GNV).
Fonte: Valor Online
Related Posts
Figa 2025: Cigás apresenta o gás natural e promove o Espaço Mini-chefs em parceria com a Abrasel-AM
Parceira estratégica no desenvolvimento do segmento da alimentação fora do lar, a Cigás tem presença confirmada na Feira Internacional de Gastronomia Amazônica (FIGA) 2025. Promovido pela Associação...
Brasil reinjeta 51,4% da produção de gás natural em julho
O Brasil reinjetou 97,052 milhões de m³ por dia de gás natural nos reservatórios em julho, o que representa 51,4% da produção total de 188,9 milhões de m³/dia. As informações são da ANP. A reinjeção de gás...