Com demanda de 8% de toda energia consumida no país, as cooperativas brasileiras querem apostar no biogás para ampliar a produção energética própria e aumentar a competitividade do setor. Atualmente, apenas 9% da demanda por eletricidade é suprida de forma autônoma pelo cooperativismo nacional.
Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Brasil tem potencial para produzir 82 bilhões de Nm³/ano de biogás e criar rotas alternativas de “biomobilidade”, capaz de suprir a demanda de energia elétrica em 35% e em 70% por combustível. “Podemos considerar o biogás como tecnologia chave para melhorar a competitividade do cooperativismo”, diz uma cartilha lançada nesta sexta-feira (17) pela entidade.
A principal inspiração para aumentar a produção própria de energia é a Alemanha. Lá, existem mais de 800 cooperativas de energia renovável, a maior parte na zona rural, segundo Camila Japp, gerente de projetos no Brasil do programa desenvolvido pela Confederação das Cooperativas Alemãs (DRGV).
“A geração de energia elétrica com biogás e mobilidade, a partir de biometano, são oportunidades de negócios para todos os tipos de cooperativas, sejam elas agropecuárias, de crédito, de eletrificação rural de consumidores ou produtores de energia, ou ainda como intercooperação”, diz a cartilha da OCB. “Gerar sua própria energia ou ter controle dela impacta positivamente na competitividade da cooperativa entre todos os ramos do cooperativismo”, conclui.
André Luiz Rodrigues Osório, diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos do Ministério de Minas e Energia (MME, informou que a participação do biogás na matriz energética brasileira é de apenas 2,1%. A região Sul concentra a maior parte das plantas de geração em operação no país, com 124 unidades, de acordo com dados do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) de 2019. No total, são 276 plantas de biogás no Brasil, 62% ligadas à atividades agropecuárias.
Fonte: Valor Online