Ao participar como financiador da aquisição dos polos de Pampo e Enchova pela Trident Energy, junto à Petrobras, o Citi estreou no mercado de Reverse Based Lending (RBL), no Brasil. Acostumado a trabalhar com a modalidade no exterior, o banco aposta no crescimento desse negócio na indústria brasileira de óleo e gás nos próximos anos, em meio ao processo de abertura do setor.
O RBL consiste na utilização de reservas como garantia para empréstimos bancários. A expectativa é que, uma vez destravado, esse tipo de financiamento possa girar em torno de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões por ano entre 2021 e 2022.
“É um negócio que vai ter uma curva de crescimento, à medida que o instrumento vai ficando mais conhecido. Não seria absurdo vermos de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões ao ano, no ano que vem e no próximo”, afirmou o executivo responsável por financiamento e projetos de infraestrutura do Citi Brasil, Daniel O’Czerny.
Ele conta que a regulamentação do uso da modalidade pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), no ano passado, foi essencial para destravar esse tipo de financiamento, muito comum no mercado internacional. O portfólio global de RBL do Citi, por exemplo, é de cerca de US$ 6 bilhões.
O Citi fez sua primeira operação do tipo no Brasil, ao participar do consórcio de bancos que financiou US$ 565 milhões à Trident Energy. A petroleira independente, que conta com recursos do fundo de investimento Warburg Pincus, comprou os polos de Pampo e Enchova por cerca de US$ 1 bilhão.
Segundo O’Czerny, foi a primeiro RBL a vingar no Brasil. “A estrutura regulatória não era amigável para os financiadores, tinha alguns buracos e o risco para os financiadores numa eventual execução das garantias era alto, porque havia um risco de que a concessão fosse extinta [no caso de uma crise financeira do operador da concessão]. A regulamentação deu segurança jurídica para que, no caso de execução das garantias, os financiadores de fato consigam transferir para si as concessões”, explicou.
Fonte: Valor Online
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